De pronto, Freitas decidiu não repetir as críticas em tom elevado contra o STF, após ter classificado o ministro Alexandre de Moraes como “tirano” e “ditador” durante a manifestação.
Por Redação – de São Paulo
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocou em marcha, nesta terça-feira, a prática do morde e assopra. Ele não deverá procurar diretamente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para se desculpar pelos ataques feitos durante o ato de 7 de setembro na Avenida Paulista, mas já enviou emissários à Corte, na tentativa de acalmar a situação.

De pronto, Freitas decidiu não repetir as críticas em tom elevado contra o STF, após ter classificado o ministro Alexandre de Moraes como “tirano” e “ditador” durante a manifestação. A estratégia, conforme apurou a colunista Mônica Bergamo, no diário conservador Folha de S. Paulo, agora é reduzir a fervura, deixar a crise arrefecer e tentar, em um segundo momento, retomar algum nível de diálogo com parte dos ministros.
Interlocutores do governador ouvidos pela colunista disseram que a intenção inicial era criticar o julgamento do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) e apoiar a anistia ao líder golpista. Mas Freitas foi adiante, especialmente contra Moraes, ao ser embalado pelo clima do ato, que contou com gritos de “fora Moraes” vindos da plateia.
‘Sentido’
Em seu discurso, o governador questionou os manifestantes.
— Por que que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes — bradou.
A reação surpreendeu até mesmo aliados de Bolsonaro, acostumados a discursos mais comedidos do político de direita. Após o episódio, no entanto, o governador demonstrou arrependimento pela intensidade das palavras e ficou “sentido” com a repercussão negativa.