Rio de Janeiro, 10 de Setembro de 2025

EUA insistem na intervenção ao Judiciário e ameaçam Moraes

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Terça, 09 de Setembro de 2025 às 20:07, por: CdB

Na mensagem pela manhã em suas redes sociais, a representação diplomática ameaçou: “Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil.

Por Redação – de Brasília

Após uma série de ataques diretos à democracia brasileira, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou, nesta terça-feira, uma nova ameaça ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no dia em que a Corte retoma o julgamento do mandatário neofascista Jair Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de planejar o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro.

EUA insistem na intervenção ao Judiciário e ameaçam Moraes | O ministro Alexandre de Moraes votou, nesta terça-feira, pela condenação do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL)
O ministro Alexandre de Moraes votou, nesta terça-feira, pela condenação do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL)

Na mensagem pela manhã em suas redes sociais, a representação diplomática ameaçou: “Dia 7 de setembro marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores de liberdade e justiça. Para o ministro Alexandre de Moraes e os indivíduos cujos abusos de autoridade têm minado essas liberdades fundamentais – continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.

Além da mensagem oficial da embaixada, o Alto Funcionário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA compartilhou texto semelhante na véspera. A publicação reiterou o mesmo tom crítico, mencionando diretamente Moraes e acusando-o, junto a outras autoridades, de “minar liberdades fundamentais” no Brasil.

 

Tensão

As mensagens ocorrem em um momento de tensão institucional, uma vez que o STF analisa as acusações contra Bolsonaro e aliados por envolvimento em atos golpistas, incluindo a elaboração da “minuta do golpe” e o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa sequestros e assassinatos de autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Alexandre de Moraes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu e o voto de Alexandre de Moraes determinou a condenação de todos os réus, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão. O processo está sob análise da Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Flávio Dino.

No lado oposto, o embaixador Qiu Xiaoqi, representante especial da China para assuntos da América Latina e Caribe, condenou, nesta terça-feira, as sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes. Em coletiva de imprensa, o diplomata classificou as medidas como exemplo de unilateralismo e reforçou a posição de Pequim contra interferências em assuntos internos de outros países.

 

Princípios

Qiu ressaltou que a parceria entre China e Brasil permanece estratégica no contexto do Sul Global e destacou a importância de manter o diálogo multilateral. 

— Como dois importantes parceiros do Sul Global, China e Brasil mantêm discussões e negociações em muitos assuntos internacionais. Devemos continuar a seguir os princípios e objetivos da Carta da ONU e estabelecer um sistema mais justo e democrático. Somos contrários ao unilateralismo e promovemos o multilateralismo. Rejeitamos a hegemonia e a interferência nos assuntos internos por parte de qualquer outro país. Temos defendido a paz na comunidade internacional — afirmou.

Em fim de julho, o governo de Donald Trump anunciou a imposição de sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. O dispositivo da legislação norte-americana autoriza a aplicação de sanções econômicas a pessoas acusadas de corrupção ou violações graves de direitos humanos.

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