Docentes e servidores da rede pública de ensino do Distrito Federal decidiram manter a greve iniciada em junho, em protesto contra a ausência de avanços nas negociações com o governo local.
Por Vitoria Carvalho, da sucursal de Brasília
A paralisação, que atinge integral ou parcialmente diversas escolas, tem como principais reivindicações o reajuste do salário-base, a reestruturação da carreira e a valorização da qualificação profissional. Durante manifestação em Brasília, os educadores caminharam até o Palácio do Buriti, bloqueando o trânsito no Eixo Monumental, e reforçaram a pressão por diálogo com o Governo do Distrito Federal (GDF).
Apesar de a Justiça do DF ter declarado a greve ilegal e determinado multa ao sindicato e corte de ponto, o ministro do STF Flávio Dino derrubou a penalidade financeira, mantendo apenas o desconto salarial. A Central dos Sindicatos Brasileiros expressou apoio ao movimento, criticando as medidas do governo como autoritárias e contrárias ao direito constitucional de greve. Sem acordo até o momento, a mobilização dos professores continua, com o objetivo de garantir melhores condições de trabalho e uma educação pública de qualidade.
Os professores e servidores da educação pública do Distrito Federal decidiram, em assembleia realizada no centro de Brasília, manter a greve da categoria. Após o ato, os manifestantes seguiram em caminhada até o Palácio do Buriti, sede do governo local, e fecharam as seis faixas do Eixo Monumental, interrompendo o trânsito.

Greve continua
A paralisação, iniciada no início de junho, ocorre em protesto contra a falta de avanço nas negociações com o Governo do Distrito Federal (GDF). Segundo a Secretaria de Educação, das 713 escolas da rede pública, 102 estão totalmente paralisadas, enquanto o restante funciona parcialmente, com adesão de parte dos servidores.
Durante o ato, o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) reafirmou as principais reivindicações da categoria: a reestruturação da carreira e o reajuste no salário-base, com a proposta de dobrar o vencimento inicial da profissão. Os educadores também cobram que o tempo de serviço dos temporários seja contabilizado para progressão de carreira quando forem efetivados, além da ampliação dos percentuais de reajuste salarial nas mudanças de padrão e na valorização por qualificação (especialização, mestrado e doutorado).
Após a marcha, representantes do Sinpro foram recebidos pela chefe de gabinete da Secretaria de Economia, Ledamar Sousa Resende. A reunião foi marcada por nova tentativa de abertura de negociação, mas até o momento não houve acordo definitivo.
SFT derrubou multa para o sindicato
A greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do DF, que determinou multa diária de R\$ 1 milhão ao sindicato e o corte de ponto dos grevistas. No entanto, decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, derrubou a penalidade financeira, embora tenha mantido o corte de salário e exigido o retorno imediato às atividades.
A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) divulgou nota de apoio ao movimento grevista. A entidade criticou as medidas adotadas pelo governo Ibaneis Rocha e Celina Leão, classificando-as como autoritárias e antissindicais. Para a CSB, o corte de ponto e a tentativa de criminalização da greve violam o direito constitucional à mobilização e colocam o GDF entre os governos denunciados à Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Enquanto não há avanço nas negociações, a mobilização continua. Os professores afirmam que seguem firmes na luta por valorização profissional e por uma educação pública de qualidade.