Desde 2014, o NDB foi fundado para que os países do grupo pudessem definir e guiar seus princípios de evolução, reforçou a presidente.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Teve início nesta sexta-feira o X encontro anual do Conselho do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, sigla em inglês), mais conhecido como banco do BRICS, na Zona Sul da Cidade, com a presença de líderes globais. A reunião foi aberta, nesta manhã, pela presidente da instituição, Dilma Rousseff, que saudou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); integrantes do Conselho, ministros das finanças dos países membros e o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

— A criação do novo banco mais do que um simples marco foi algo maior: uma declaração política de intenções e de práticas. Declaração de que os países do BRICS, do Sul Global, se tornassem arquitetos de seu próprio futuro — afirmou Dilma.
Desde 2014, o NDB foi fundado para que os países do grupo pudessem definir e guiar seus princípios de evolução, reforçou a presidente.
— O desenvolvimento deve ser sustentável, inclusivo, justo, resiliente (…). O mundo de hoje não é o mesmo de 2015 ele está mais fragmentado. Tarifas, sanções e restrições financeiras estão sendo usadas como ferramenta de manipulação política — acrescentou Rousseff.
Diálogo
Dilma reafirmou seu interesse pelo fortalecimento do uso de moedas locais.
— Devemos fortalecer o uso de moedas locais. Devemos expandir nossa área e rede de parceria com bancos nacionais que são muito importantes; com o setor privado e a academia. Além de trabalharmos de forma respeitosa e soberana com os países. O NDB deve se posicionar como um espaço de diálogo e objetivos em comum — pontuou.
Rousseff avaliou, ainda, que o desenvolvimento deve ser sustentável, inclusivo, justo, resiliente e soberano.
— Comemoramos, portanto, a primeira década do banco não só com orgulho, mas com senso renovado de propósito. (…) O multilateralismo está sob pressão. Testemunhamos um recuo na cooperação e o ressurgimento do unilateralismo — lamentou.
Missão
Segundo a executiva brasileira, tarifas, sanções e restrições financeiras estão sendo utilizadas como “ferramenta de subordinação política”.
— Cadeias produtivas globais estão sendo reestruturadas, não apenas pela busca de mais eficiência, mas sim por interesses geopolíticos. E o sistema financeiro internacional continua profundamente assimétrico, colocando os fardos mais pesados sobre aqueles com menos recursos. O cenário exige mais e não menos cooperação. E exige instituições que reflitam as realidades e as aspirações do mundo de hoje, não somente do mundo de oito décadas atrás — sublinhou.
Para Rousseff, a missão proposta pelo NDB permanece “não apenas relevante, mas essencial”.
— Demonstramos, nos últimos 10 anos, que é possível construir uma instituição confiável, eficiente e adaptável, que produz resultados reais e, ao mesmo tempo, defende os valores da solidariedade, equidade e soberania — concluiu.