O ministro, que anunciou sua substituição nas próximas horas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devido a diferenças de visões sobre o enfrentamento ao novo coronavírus, destacou que o combate é um processo longo que não se resolve em uma semana.

As atitudes “incivilizadas” do presidente são acompanhadas pelo que resta dos seus apoiadores, que acabam atuando como disseminadores da doença. Como o presidente, afirmam se tratar apenas de uma “gripezinha“.

Em nome da manutenção das atividades econômicas, Bolsonaro tem inclusive entrando em choque com as orientações pregadas pelo seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O jornal americano The Wall Street Journal destacou as suas andanças pelas cidades-satélites do Distrito Federal.

“Na repartição das funções de poder do Estado, repousa sobre o Executivo a estrutura e a expertise necessárias à tomada de decisões rápidas e adequadas ao enfrentamento de crises que repousam sobre cenários fáticos voláteis, tal como o atual enfrentamento da epidemia de covid-19”, afirmou o procurador Augusto Aras.

A reunião com o presidente do Congresso, nesta tarde, cumpre uma agenda de encontros de Maia com líderes partidários, ministros dos tribunais superiores e com a cúpula do Senado.

Bolsonaro, acompanhado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) — ambos médicos e defensores do regime de distanciamento social — foi ao encontro de apoiadores que se aglomeravam, cumprimentou populares e chegou a receber um beijo na mão

O presidente, que se posiciona contra o isolamento alegando que os impactos econômicos serão piores do que o próprio coronavírus, esteve primeiro no Hospital das Forças Armadas.

Na terça-feira, Bolsonaro conversou com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e na quarta com o presidente do PRB e primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (SP). O primeiro encontro constou da agenda oficial do presidente e o segundo foi confirmado por uma fonte.

Em carta formulada em conjunto com outras instituições da sociedade civil, após Bolsonaro chamar a Covid-19 de “resfriadinho” na TV, a CNBB afirma que o ocupante do Palácio do Planalto ameaça a saúde pública com “campanha de desinformação”.

Fontes próximas ao presidente disseram ao CdB que Bolsonaro ainda avaliava, nesta manhã, a exoneração de Mandetta, após ameaças nesse sentido, desde domingo. O mandatário não apenas discorda do ponto de vista do ministro quanto ao uso da hidroxicloroquina no tratamento das vítimas do novo coronavírus.

Com uma negociação complexa e muito difícil para a votação do Plano Mansueto de socorro a Estados e municípios, a alternativa na mesa de negociação foi votar um projeto emergencial para lidar apenas com as ações de enfrentamento da covid-19.

Maia, que já havia criticado o governo, na véspera, falou após o episódio que, por pouco, não resultou na demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O presidente da Câmara disse a assessores do próprio Bolsonaro que ele não demitiria Mandetta, por ser “popular” demais.

Mourão define, assim, a nova fórmula do poder, no Palácio do Planalto, quando Bolsonaro passa de piloto a passageiro, em seu próprio governo. Os militares, no centro da gestão Bolsonaro, reportam-se ao ministro da Casa Civil, general Walter Braga Neto, como o chefe da intervenção no governo federal. 

Daciolo diz que isso "está no meu coração", como se tivera uma revelação extrassensorial sobre o incidente. Tudo, segundo o ex-adversário do mandatário neofascista nas eleições de 2018, não teria passado de uma grande farsa.

No documento, em resposta a uma ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pede que o Supremo proíba Bolsonaro de adotar medidas que contrariem o isolamento social defendido pela pasta comandada por Luiz Henrique Mandetta e pela Organização Mundial da Saúde, a AGU pede que a ação da OAB não seja recebida pela corte.

Segundo o estudo, que começou a ser veiculado pela publicação na sexta-feira, 18% entendem que é mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia em meio à pandemia de Covid-19, doença provocada pelo coronavírus e que já tem mais de 11 mil casos no Brasil, além de 486 mortes, segundo o Ministério da Saúde.

Em resposta imediata à agressão gratuita do ministro Weintraub, a Embaixada da China no Brasil divulgou, nesta manhã, nota em sua conta no Twitter em que afirma repudiar e classifica de “racista” publicação feita na mesma rede social pelo ministro da Educação.

Normalmente moderado, o tom sobe várias escalas e mostra, claramente, que a China é paciente, mas há limites. Eduardo Bolsonaro, em tuíte do dia 1° de abril, repetiu o que o presidente norte-americano, Donald Trump, repetiu algumas vezes, chamando a síndrome Covid-19 de “vírus Chinês”.

A identidade da bolsonarista foi revela em mensagem do internauta Luiz Carlos Limeira Neto, no Facebook: “Ela é aposentada, empresaria, casada e mora em casa de luxo. Manipulou a Mídia e a nação para cometer crime contra a vida”, relata Neto.

Na resposta a Bolsonaro, o médico Mandetta recorreu ao idioma italiano para rebater as críticas feitas a ele pelo presidente. Questionado sobre se não queria responder, disse apenas:

— OK, vamos trabalhar. Lavoro, lavoro, lavoro (trabalho, em italiano).