Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Maia volta à carga contra os ‘bandidos’ que ocupam a Presidência da República

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Terça, 07 de Abril de 2020 às 11:43, por: CdB

Maia, que já havia criticado o governo, na véspera, falou após o episódio que, por pouco, não resultou na demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O presidente da Câmara disse a assessores do próprio Bolsonaro que ele não demitiria Mandetta, por ser “popular” demais.

Por Redação - de Brasília
Presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) acusou o presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, de usar uma estrutura paralela, ocupada por “bandidos”, para atacar adversários e críticos de seu governo. Segundo Maia, o mandatário neofascista deveria saber que é melhor “respeitar a ciência do que fritar o ministro da Saúde”.
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Maia passou a bater pesado no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), diante dos erros cometidos pela administração federal, durante a pandemia
Maia, que já havia criticado o governo, na véspera, falou após o episódio que, por pouco, não resultou na demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O presidente da Câmara afirmou, em videoconferência realizada pela Necton Investimentos, que disse a assessores do próprio Bolsonaro que ele não demitiria Mandetta, por ser “popular” demais, no enfrentamento ao coronavírus. — Eu falei: ‘Fica tranquilo. Conheço já há um ano e ele não vai demitir um ministro popular’. Ele vai organizar a relação dele, vai construir um discurso com o Mandetta, vai manter o Mandetta, não tenho dúvida nenhuma disso — resumiu. Segundo o parlamentar, Bolsonaro “trabalha com popularidade, pena que popularidade de rede social”. — É assim na relação dele com o (ministro da Justiça, Sérgio) Moro e tem sido agora assim na relação dele com o Mandetta — acrescentou.

Hidroxicloroquina

Para o deputado, Bolsonaro sempre “usa essa estrutura paralela para tentar desqualificar quem ele considera, vamos dizer assim, inimigo dele, que possa ser adversário dele”. Na véspera, em reunião ministerial no Palácio do Planalto, Bolsonaro e Mandetta falaram, abertamente, entre outros assuntos, sobre suas divergências quanto ao uso do remédio hidroxicloroquina em pacientes com coronavírus. Essa pauta já estava atravessada na agenda de ambos, desde a semana passada, quando o presidente passou a apontar o remédio, também usado para tratar malária, como uma solução para a covid-19, do que Mandetta discorda, por não dispor de suporte científico à tese. A certa altura do encontro de ministros, Bolsonaro argumentou que conversara com especialistas e eles apoiam o uso do remédio, ainda no estágio inicial da síndrome respiratória. O mandatário lançou mão de estudos ainda inconclusivos da operadora de plano de saúde Prevent Senior e do Hospital Albert Einstein. Decreto Mandetta, então, contra-argumentou que a pesquisa citada ainda não estava testada e que não há protocolos seguros sobre o seu uso, produzidos pela Anvisa, a agência estatal de vigilância sanitária e saúde. Diante dos fatos, Mandetta foi instado a assinar o decreto que liberava o uso da substância, mas se negou a endossá-lo, conforme relatou, posteiormente, em entrevista. O documento previa que profissionais de saúde indicassem o uso do medicamento, em si próprios, se assim julgassem necessário. A ideia do decreto partiu de médicos que defendem o tratamento com a substância. Entre eles, está Luciano Azevedo, que ajudou a intermediar junto a bolsonaristas um encontro da imunologista Nise Yamaguchi, também defensora da hidroxicloroquina, com Bolsonaro, na véspera.
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