Com 28 mortos e 17 feridos em tiroteios, Baixada Fluminense fica atrás apenas da Zona Norte do Rio em número de confrontos armados.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
O mês de julho expôs com ainda mais força o cenário de violência que atinge a Baixada Fluminense. De acordo com levantamento divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado e reportado pelo diário conservador carioca Extra, 45 pessoas foram baleadas na região ao longo do mês — 28 delas morreram e 17 ficaram feridas. Isso representa cerca de 33% de todos os baleados na Região Metropolitana do Rio no mesmo período, evidenciando a Baixada como um dos epicentros da violência armada no Estado.
O número é alarmante quando comparado ao total de ocorrências no Grande Rio: a cada três pessoas atingidas por disparos, uma foi na Baixada. Ainda segundo o Fogo Cruzado, a região ficou atrás apenas da Zona Norte da capital em quantidade de tiroteios registrados no mês: foram 48 confrontos armados na Baixada, contra 111 na Zona Norte.
Conflitos intensos e presença do crime organizado
Para Carlos Nhanga, coordenador regional do Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, os dados refletem um problema estrutural agravado por políticas públicas insuficientes.
Apenas no mês de julho, a capital fluminense liderou o ranking de violência armada com 145 tiroteios, 32 mortos e 31 feridos. Em seguida, destacam-se os municípios de São Gonçalo (16 tiroteios), São João de Meriti (10), Niterói (9), Nova Iguaçu (8), Duque de Caxias (8) e Mesquita (8). Entre eles, Nova Iguaçu e Duque de Caxias apresentaram altos índices de letalidade.
Delegacias especializadas são inauguradas na Baixada
Como parte da resposta institucional ao agravamento da violência, o governo do estado inaugurou, na última terça-feira, três novas delegacias especializadas na Baixada Fluminense. Agora passam a funcionar em Belford Roxo, no mesmo prédio da Delegacia de Homicídios da Baixada, as unidades da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC).
De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, 60 novos policiais foram convocados para integrar as equipes, além dos três delegados que vão chefiar as unidades: Leandro Costa (DRE), Cassiano Conte (DRFC) e Willian Rodrigues (DRFA).
Caso os resultados da iniciativa sejam positivos, a expectativa é de que o modelo seja replicado em outras regiões estratégicas, como Niterói e a Região dos Lagos.
Mais de 1,4 mil tiroteios em 2025
De janeiro a julho deste ano, o Instituto Fogo Cruzado contabilizou pelo menos 1.454 tiroteios na Região Metropolitana do Rio. Desses, 582 ocorreram durante operações policiais. Ao todo, 953 pessoas foram baleadas no período, sendo 478 mortas e 475 feridas.