Na manhã desta segunda-feira, uma longa fila se formava no posto do Estácio, na Zona Norte, onde a maioria dos presentes era de idosos em busca de atendimento.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Com a aproximação da data em que o Jaé passará a ser o único bilhete eletrônico aceito no transporte municipal do Rio, usuários relatam diversos problemas no processo de migração, incluindo atrasos na entrega de cartões, erros de envio e falhas no funcionamento do sistema. As informações são do diário conservador carioca O Globo.
A corrida aos postos de atendimento intensificou-se após o anúncio da Prefeitura de que, a partir de 2 de agosto, o Jaé será o único meio válido para o pagamento de tarifas e realização de integrações entre os modais municipais. A primeira fase da transição começa em 5 de julho, quando todas as gratuidades, como idosos, pessoas com deficiência, doentes crônicos e estudantes da rede pública, deverão obrigatoriamente migrar para o novo sistema.
Na manhã desta segunda-feira, uma longa fila se formava no posto do Estácio, na Zona Norte, onde a maioria dos presentes era de idosos em busca de atendimento. Muitas das reclamações se referem à demora na entrega dos cartões solicitados pelo aplicativo, além de falhas no cadastro e problemas de funcionamento.
A dona de casa Tânia Otaviano de Melo, de 51 anos, moradora de Copacabana, ilustra um dos erros relatados. Ela solicitou um cartão especial de gratuidade (bilhete amarelo) para o filho com deficiência, mas recebeu em casa um bilhete comum, destinado ao carregamento com saldo. “Como no aplicativo não dava opção de troca, tive de vir aqui pessoalmente. Evitei ir ao posto de Botafogo, apesar de ser mais perto, porque lá as filas são maiores. Mandaram o cartão errado. Isso é um absurdo, o fim do mundo”, reclamou.
Já a aposentada Rosangela Teixeira da Silva, de 66 anos, moradora da Usina, relatou uma falha técnica: mesmo tendo direito à gratuidade, seu cartão foi recusado por “saldo insuficiente” na primeira tentativa de uso. “Fiquei decepcionada. Ainda bem que estava com o Riocard”, afirmou.
Entre os mais jovens, os relatos também são de lentidão e frustração. O estudante Kauan de Paula, de 18 anos, morador da Maré e aluno da UFRJ, disse que fez o pedido do cartão em fevereiro e só agora foi avisado que o bilhete estava disponível. “É complicado porque tem de enfrentar uma fila enorme”, desabafou.
Além dos problemas individuais, os usuários idosos reclamaram da ausência de filas prioritárias nos postos, o que tem dificultado o acesso de pessoas com mobilidade reduzida ou outras limitações.
Jaé substituirá integralmente o Riocard nos seguintes prazos:
5 de julho: todas as gratuidades serão operadas exclusivamente pelo Jaé;
2 de agosto: apenas o Jaé permitirá integrações entre ônibus, BRT, VLT, vans e cabritinhos dentro do limite de três horas.