Rio de Janeiro, 01 de Setembro de 2025

Sobem taxas de juros médias cobradas no rotativo do cartão

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Segunda, 28 de Agosto de 2023 às 19:43, por: CdB

Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a solução estava se “encaminhando” para o fim do rotativo, com a dívida do cartão sendo transferida automaticamente ao parcelado com juros.


Por Redação - de Brasília

As taxas de juros médias cobradas pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiram 8,7 pontos percentuais de junho para julho, informou nesta segunda-feira o Banco Central (BC). O índice subiu de 437,0% para 445,7% ao ano. A modalidade emergencial de crédito está no centro das discussões econômicas e políticas do país neste momento devido às taxas mais caras do mercado.

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A taxa de juros do país, a mais alta do mundo, reduz o crescimento brasileiro


Recentemente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a solução estava se “encaminhando” para o fim do rotativo, com a dívida do cartão sendo transferida automaticamente ao parcelado com juros. Desde 2017, os bancos são obrigados a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos.

Autorregulação


Campos Neto também indicou que poderia haver uma tarifa de desincentivo para o parcelado sem juros “longo”, que é do interesse dos bancos, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é contra acabar com o parcelamento sem cobrança de taxas.

Além disso, na semana passada, o deputado Alencar Santana (PT-SP) propôs, em seu parecer sobre o projeto do Desenrola, limitar a taxa no rotativo e no parcelado com juros ao valor do principal da dívida, se os bancos não propuserem uma autorregulação em 90 dias após a entrada em vigor da lei.

No caso do parcelado, o juro passou de 196,1% para 198,4% ao ano entre junho e julho. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 104,2% para 102,7%.

Taxa média


Já a taxa média de juros das concessões de crédito livre teve queda pelo segundo mês consecutivo e passou de 44,6% para 44,3% ao ano em julho, redução de 0,3 ponto percentual (pp) no mês. Em 12 meses, entretanto, a alta nos juros médios é de 3,9 pontos percentuais, segundo a publicação Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgada nesta segunda-feira, em Brasília, pelo BC.

Nas novas contratações para empresas, a taxa média do crédito livre ficou em 23,3% ao ano, aumento de 0,3 pp no mês. De acordo com o BC, a alta decorre de um impacto sazonal no mês. Em 12 meses, a redução é de 0,1 pp. Nas contratações com as famílias, a taxa média de juros atingiu 58,5% ao ano, redução de 0,6 pp no mês e alta de 5,1 pp em 12 meses.

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado - com regras definidas pelo governo - é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

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