Primeiro fim de semana com novas regras nas praias do Rio teve fiscalização parcial, apreensões, dúvidas entre fiscais e apreensão de comerciantes que ainda tentam se adaptar.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Praias do Rio agora têm novas regras, e o primeiro fim de semana da nova era foi de confusão, ajustes apressados e apreensão, no sentido literal e figurado. A mudança, oficializada por decreto do prefeito Eduardo Paes, começou a valer no sábado e já gerou impactos visíveis em Copacabana, Ipanema e Arpoador.

Segundo reportagem publicada pelo diário conservador carioca O Globo, a fiscalização foi intensa em alguns momentos, mas irregular em outros. Ambulantes, ciclistas e donos de barracas se viram obrigados a improvisar diante da nova realidade. Houve apreensão de garrafas de vidro, carrinhos, roupas e até bicicletas e quadriciclos elétricos estacionados irregularmente. Ao todo, mais de 100 itens foram recolhidos. E 25 ciclistas foram apenas orientados, um indício da inconsistência na aplicação das normas.
Em Copacabana, o barraqueiro Marcos Antônio trocou o letreiro da sua barraca e passou a servir drinques em garrafas plásticas, mas teme que os clientes desconfiem da qualidade. Em Ipanema, Henrique Guimarães substituiu as garrafas por galões coloridos, mas admite queda na qualidade de bebidas como gim e espumante. Vanessa Emanuela, gerente do quiosque Lost in Rio, garante que o som ambiente já era controlado e vê as novas regras como exagero.
As barracas também foram obrigadas a adotar padronização visual: nome sobre faixa branca, letras pretas com altura de 40 centímetros e largura de até 3 metros. Algumas já estão adaptadas; outras ainda enfrentam incertezas.
Normas
A venezuelana Maudrin Alexandra, que vende açaí na areia, resume o sentimento de muitos trabalhadores: “fugimos quando a fiscalização aparece”. Já o engenheiro Raul Paiva teve sua bicicleta elétrica apreendida mesmo afirmando ter seguido orientação anterior: “Cumpriram a norma, mas e meu prejuízo?”, questionou.
Apesar de o decreto permitir música ao vivo das 12h às 22h, com volume controlado, não houve autuações por perturbação sonora. No entanto, 26 multas foram aplicadas a barracas por irregularidades como a ausência de preços visíveis ou presença de “puxadores”.