De acordo com Josué Gomes, altas taxas de juros prejudicam os investimentos da indústria brasileira. Para a mesma plateia, nesta manhã, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o empresário Josué Gomes da Silva taxou de “pornográficas” as taxas de juros praticadas no mercado financeiro nacional. Em discurso nesta segunda-feira, no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ele disse que os atuais valores são inconcebíveis e precisam ser reduzidos.

— É inconcebível a atual taxa de juros no Brasil. Muitos querem associá-la a um problema fiscal. A tese é que há um abismo fiscal. Abismo fiscal num país que tem 73% do PIB de dívida bruta. Tirando as reservas (cambiais) são mais ou menos 54% de dívida. Tirando o caixa do Tesouro Nacional, são menos de 45% do PIB de dívida líquida, num país com a riqueza do Brasil. Então esta não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que praticamos no Brasil — afirmou.
Selic estável
De acordo com Josué Gomes, altas taxas de juros prejudicam os investimentos da indústria brasileira. Para a mesma plateia, nesta manhã, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também criticou o valor da taxa básica de juros, a Selic, que está em 13,75% desde agosto do ano passado.
— Não há nada que justifique ter 8% de taxa de juros real, acima da inflação, quando não há demanda explodindo e, de outro lado, no mundo inteiro, há praticamente juros negativos. Nós acreditamos no bom senso e que a gente vá, com a nova ancoragem fiscal, superar essa dificuldade — endossou.
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne a partir desta terça-feira, para definir a nova taxa Selic, mas analistas de mercado apostam que, no máximo, o colegiado permanecerá com a taxa Selic estável, ainda no maior patamar de juros do mundo.