Rio de Janeiro, 15 de Junho de 2025

Polícia investiga ‘novo Escritório do Crime’ e prende PMs no Rio

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Quinta, 15 de Maio de 2025 às 11:02, por: CdB

Todos os envolvidos foram denunciados à Justiça pelos crimes de organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas de fogo e munições.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, nesta quinta-feira, uma operação para desarticular uma organização criminosa armada identificada como o “Novo Escritório do Crime”, informa o portal G1. A facção é apontada como sucessora direta do antigo grupo paramilitar liderado por Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope, morto em 2020. Os novos integrantes atuavam com estrutura semelhante à da milícia original e são investigados por envolvimento em ao menos duas execuções realizadas em plena luz do dia, a mando da contravenção.

Polícia investiga ‘novo Escritório do Crime’ e prende PMs no Rio | Grupo atuava sob ordens da contravenção promovendo sequestros, assassinatos e comércio ilegal de armas
Grupo atuava sob ordens da contravenção promovendo sequestros, assassinatos e comércio ilegal de armas

Coordenada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), a operação teve como objetivo cumprir nove mandados de prisão. Segundo o Ministério Público, cinco dos alvos já se encontravam presos e outros quatro foram procurados. Entre os foragidos estão dois policiais militares, reforçando o elo entre integrantes da segurança pública e o crime organizado.

Todos os envolvidos foram denunciados à Justiça pelos crimes de organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas de fogo e munições. De acordo com as investigações, parte desse armamento era desviada de apreensões e revendida clandestinamente, num esquema que alimentava diretamente a atividade do grupo.

O principal nome por trás da nova formação criminosa é o ex-policial militar Thiago Soares Andrade Silva, conhecido como Ganso. Mesmo preso, ele continuava dando ordens aos comparsas e coordenando ações do grupo.

Entre os crimes atribuídos à organização está o assassinato de Fábio Romualdo Mendes, executado a tiros dentro do carro, em setembro de 2021, na região de Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio. O outro homicídio ocorreu em 4 de outubro do mesmo ano, quando Neri Peres Júnior foi morto numa emboscada em via pública, no bairro de Realengo. Segundo o Gaeco, a vítima foi alvejada com disparos de fuzil.

“Novo Escritório do Crime”

A estrutura do “Novo Escritório do Crime” remete diretamente ao grupo original, que por anos operou como uma milícia especializada em assassinatos por encomenda. Atuante sobretudo na Zona Oeste, o Escritório do Crime era formado por policiais e ex-policiais com treinamento tático, capazes de planejar ações com alto grau de sofisticação, dificultando a elucidação dos crimes.

Desde 2009, pelo menos 13 homicídios foram associados a esse grupo, que também se envolveu em grilagem de terras, construções ilegais e especulação imobiliária. O comando original estava nas mãos de Adriano da Nóbrega e do major Ronald Paulo Alves Pereira, ambos alvos da Operação Intocáveis, que teve como objetivo desmantelar milícias atuantes na capital fluminense.

Com a morte de Adriano, a liderança passou aos irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão. Em 2024, os dois foram condenados a 26 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do contraventor Marcelo Diotti da Mata, executado em 2018.

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