Esquema teria desviado até R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões; advogado Nelson Willians é alvo de buscas.
Por Redação, com Agenda do Poder – de Brasília
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, apontados como peças centrais em um esquema de fraudes contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A operação cumpre mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados de São Paulo e no Distrito Federal.

O papel do “Careca do INSS”
De acordo com a investigação, Antunes teria transferido R$ 9,3 milhões, entre 2023 e 2024, para pessoas ligadas a servidores do INSS. A PF o identifica como lobista e “facilitador” do esquema que desviava recursos destinados a aposentadorias e pensões.
O modelo fraudulento, segundo os investigadores, envolvia associações de aposentados que cadastravam beneficiários sem autorização, usando assinaturas falsificadas. Essas entidades passavam a descontar mensalidades diretamente dos benefícios pagos pelo INSS. O prejuízo acumulado ao longo de cinco anos pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
Empresário e advogado na mira
Também preso na operação, Maurício Camisotti é acusado de atuar como sócio oculto de uma das entidades ligadas ao esquema e de lucrar com as irregularidades. Ele foi alvo de mandado de prisão preventiva.
Além das prisões, agentes da PF cumprem mandados de busca na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, em São Paulo. A corporação apura se ele teve participação direta ou indireta nos repasses e operações financeiras investigadas.
Mandados autorizados pelo STF
Ao todo, a ação cumpre dois mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pelo ministro André Mendonça, do STF, após análise dos relatórios apresentados pela Polícia Federal.
As diligências ocorreram simultaneamente em endereços estratégicos de São Paulo e do Distrito Federal, onde os investigadores acreditam ter localizado documentos, registros financeiros e provas do esquema.
Próximos passos da investigação
Com a prisão dos principais suspeitos, a PF busca avançar na identificação da rede de beneficiários das fraudes e rastrear o destino dos recursos desviados. Os investigadores também analisam a possibilidade de cooperação internacional, já que há suspeita de movimentação de valores em contas no exterior.
Segundo fontes da corporação, novas fases da operação não estão descartadas, uma vez que o esquema se mostrou complexo e ramificado em diferentes frentes da Previdência.