Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

PF indicia Bolsonaro e aliados por espionagem com a Abin

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Terça, 17 de Junho de 2025 às 11:03, por: CdB

O grupo teria invadido celulares, computadores e violado o sigilo de comunicações sem autorização judicial.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, no inquérito que apura o uso da estrutura da Abin para promover espionagem ilegal durante a gestão do ex-mandatário. A informação é do blog da Daniela Lima, no portal G1.

PF indicia Bolsonaro e aliados por espionagem com a Abin | Carlos Bolsonaro (à esquerda) e Jair Bolsonaro (ao centro) em janeiro de 2024, durante operação do inquérito da Abin paralela
Carlos Bolsonaro (à esquerda) e Jair Bolsonaro (ao centro) em janeiro de 2024, durante operação do inquérito da Abin paralela

Segundo informações da corporação, 35 pessoas foram formalmente indiciadas por envolvimento no esquema. As investigações indicam que policiais, servidores públicos e integrantes da própria Abin se articularam para formar uma organização criminosa com o objetivo de monitorar ilegalmente autoridades e figuras públicas. O grupo teria invadido celulares, computadores e violado o sigilo de comunicações sem autorização judicial.

Entre os alvos do monitoramento clandestino estão integrantes dos Três Poderes e profissionais da imprensa. Constam na lista de vítimas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF); o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Também foram espionados jornalistas, cujo trabalho contrariava os interesses políticos do grupo.

Informações colhidas ilegalmente

O deputado Alexandre Ramagem, atualmente filiado ao PL, comandou a Abin entre 2019 e 2022, período em que a atuação ilegal teria ocorrido. Já Carlos Bolsonaro é apontado como articulador político da operação e possível beneficiário das informações colhidas ilegalmente. Jair Bolsonaro, por sua vez, é acusado de ter ciência e aval das ações da estrutura paralela montada dentro da agência de inteligência.

O inquérito faz parte de uma série de investigações conduzidas pela Polícia Federal com autorização do Supremo Tribunal Federal para apurar abusos cometidos durante o governo Bolsonaro, especialmente no uso de instituições públicas para fins políticos ou pessoais. A conclusão do relatório com os indiciamentos foi encaminhada ao STF, que decidirá sobre o recebimento da denúncia e os próximos passos do processo.

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