O grupo teria invadido celulares, computadores e violado o sigilo de comunicações sem autorização judicial.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, no inquérito que apura o uso da estrutura da Abin para promover espionagem ilegal durante a gestão do ex-mandatário. A informação é do blog da Daniela Lima, no portal G1.

Segundo informações da corporação, 35 pessoas foram formalmente indiciadas por envolvimento no esquema. As investigações indicam que policiais, servidores públicos e integrantes da própria Abin se articularam para formar uma organização criminosa com o objetivo de monitorar ilegalmente autoridades e figuras públicas. O grupo teria invadido celulares, computadores e violado o sigilo de comunicações sem autorização judicial.
Entre os alvos do monitoramento clandestino estão integrantes dos Três Poderes e profissionais da imprensa. Constam na lista de vítimas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF); o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Também foram espionados jornalistas, cujo trabalho contrariava os interesses políticos do grupo.
Informações colhidas ilegalmente
O deputado Alexandre Ramagem, atualmente filiado ao PL, comandou a Abin entre 2019 e 2022, período em que a atuação ilegal teria ocorrido. Já Carlos Bolsonaro é apontado como articulador político da operação e possível beneficiário das informações colhidas ilegalmente. Jair Bolsonaro, por sua vez, é acusado de ter ciência e aval das ações da estrutura paralela montada dentro da agência de inteligência.
O inquérito faz parte de uma série de investigações conduzidas pela Polícia Federal com autorização do Supremo Tribunal Federal para apurar abusos cometidos durante o governo Bolsonaro, especialmente no uso de instituições públicas para fins políticos ou pessoais. A conclusão do relatório com os indiciamentos foi encaminhada ao STF, que decidirá sobre o recebimento da denúncia e os próximos passos do processo.