Ribeiro enumerou, ainda, a forma de atuação do grupo em quatro processos. O primeiro é a eleição: quando o grupo escolhe quem são os alvos. Depois a preparação, ou seja, a elaboração dos conteúdos a serem publicados. Em terceiro, o ataque em si com a publicação de ataques ofensivos e notícias falsas. Por fim, o gabinete faz a reverberação das notícias falsas.
Por Redação - de Brasília
A Polícia Federal (PF) enviou, nesta sexta-feira, um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual aponta para a existência de uma milícia digital que atua por meio de um “gabinete do ódio” contra as instituições democráticas do país.
A delegada federal Denisse Ribeiro encontrou provas suficientes para indiciar o presidente Jair Bolsonaro (PF)
“Observa-se também que, além de promover ataque aos veículos tradicionais de difusão de informação (jornais, rádio, TV etc.) e de estimular a polarização e o acirramento do debate, a organização utiliza essa estrutura para atacar de forma anônima diversas pessoas (antagonistas políticos, ministros do STF, integrantes do próprio governo, dissidentes etc.), tudo com o objetivo de pavimentar o caminho para alcance dos objetivos traçados (ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros)”, escreveu a delegada da PF Denisse Ribeiro, que assina o documento.
Ribeiro enumerou, ainda, a forma de atuação do grupo em quatro processos. O primeiro é a eleição: quando o grupo escolhe quem são os alvos. Depois a preparação, ou seja, a elaboração dos conteúdos a serem publicados. Em terceiro, o ataque em si com a publicação de ataques ofensivos e notícias falsas. Por fim, o gabinete faz a reverberação, que é o cruzamento das postagens e as retransmissões.
Covid-19
A delegada também informa que, com o apoio direto do presidente Bolsonaro, o grupo atuou na difusão de informações falsas sobre a pandemia de covid-19. “Como exemplo, entre outros, pode-se citar a questão do tratamento precoce contra a covid-19 com emprego de hidroxicloroquina/cloroquina e azitromicina.”
Embora aponte para a existência do chamado ‘Gabinete de Ódio”, a delegada cita a existência de pontos a serem ligados.
“Há, da mesma forma, lacunas que precisam ser preenchidas, indicadoras da necessidade de realização de novas diligências voltadas à individualização dos fatos praticados, com indicação de autores e partícipes”, concluiu Ribeiro ao STF.