Motta também teria dito aos líderes que deverá fazer nova reunião na quarta-feira para discutir os termos do projeto de anistia e da votação da urgência.
Por Redação – de Brasília
Presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) comunicou a líderes partidários que pautaria a urgência do Projeto de Lei (PL) que confere anistia aos condenados no golpe de Estado fracassado em 8 de Janeiro. A declaração ocorreu na abertura de reunião, na manhã desta terça-feira.

A tendência agora, segundo líderes partidários ouvidos pela mídia conservadora, será a apreciação da urgência (que não trata do mérito do projeto, mas permite a tramitação acelerada), nesta quarta-feira, após votação ainda nesta tarde da proposta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem —que impede processos contra deputados e senadores, sem o aval expresso do Congresso.
Motta também teria dito aos líderes que deverá fazer nova reunião na quarta-feira para discutir os termos do projeto de anistia e da votação da urgência.
Concessão
Na véspera, Motta informou sobre a decisão a integrantes do Palácio do Planalto e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante o almoço, quando foi reafirmada a oposição do governo quanto à anistia aos golpistas.
Motta tem dito a interlocutores, no entanto, que a pressão para que ele dê andamento a esse projeto aumentou após a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada. Além de deputados bolsonaristas, estão empenhados em destravar a proposta o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos padrinhos políticos do chefe da Câmara.
O parlamentar também tem sinalizado a integrantes do governo que não é favorável a uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, como a defendida por bolsonaristas, que miram o perdão a Bolsonaro. A ideia dele seria buscar um meio termo.
Reunião
Aliados do presidente da República afirmam, no entanto, que essa não é uma pauta de interesse nacional. Mas, alertados por Motta sobre a forte pressão que sofre para inclusão na pauta, auxiliares de Lula preparam uma reação para frear o andamento da matéria.
Atualizada sobre os rumos da pauta, na Câmara, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), adiantou nesta manhã que o governo trabalha para impedir a votação do PL em regime de urgência
— O governo é contra a anistia. Além de imoral é inconstitucional. Nem terminou o julgamento e já há pressão para pautar. Vamos nos posicionar contra e trabalhar para derrubar o pedido de urgência — afirmou a ministra.