Rio de Janeiro, 17 de Setembro de 2025

Câmara chama deputados a votar, em Plenário, a PEC da Blindagem

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Terça, 16 de Setembro de 2025 às 20:19, por: CdB

O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que uma nova reunião de líderes, nesta quarta-feira, para tratar da anistia.

Por Redação – de Brasília

A Câmara preparava-se para votar, ainda nesta terça-feira, o novo texto da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, ou das Prerrogativas como preferem os deputados do ‘Centrão’. O texto prevê que presidentes de partidos políticos terão foro especial e que votações para decretar prisão de parlamentares serão secretas — ou seja, sem que seja possível saber como votou cada deputado.

Câmara chama deputados a votar, em Plenário, a PEC da Blindagem | A Câmara começou a votar a ‘Pec da Blindagem’, apesar da pressão popular contrária
A Câmara começou a votar a ‘Pec da Blindagem’, apesar da pressão popular contrária

Caso a proposta seja aprovada, ainda segundo o texto, os deputados e senadores somente poderão ser processados criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com o aval dos colegas, o que também ocorrerá em votação secreta. Patrocinada pelo ‘Centrão’ como um recado ao Judiciário, a PEC restringe quaisquer medidas de transparência em vigor atualmente e retoma, em partes, o texto original da Constituição Federal de 1988.

O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que uma nova reunião de líderes, nesta quarta-feira, para tratar da anistia.

 

Acordo

“Pautaremos a PEC 3/2021, matéria que fortalece a atividade parlamentar e que foi defendida pela maioria da representação do colégio de líderes. Amanhã convoquei nova reunião de líderes para deliberar sobre a urgência dos projetos que tratam do acontecido em 8 de janeiro de 2023”, escreveu Motta, nas redes sociais.

Assim, o ‘Centrão’ quer garantir o apoio de setores à esquerda e à direita à PEC, com forma de aprovar, ou não, a anistia. A estratégia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é contrário à anistia, é tentar derrubar a urgência do projeto com a ajuda do ‘Centrão’, em troca do apoio à PEC da Blindagem.

Na noite passada, Motta trocou o relator da PEC — antes era Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) e agora será Cláudio Cajado (PP-BA), que participou da reunião de líderes desta terça-feira e seria um nome mais moderado.

 

Maioria

A tentativa anterior de aprovar a PEC falhou há algumas semanas, após o texto proposto ser considerado radical demais, prevendo até suspensão de ações em curso no STF, e não obter o aval da maioria dos partidos. Cajado afirmou que a PEC da Blindagem não se trata de impunidade e que teve aval da grande maioria dos líderes.

— As prerrogativas não são privilégios. É o fortalecimento das instituições. A Câmara é composta por membros que têm que a liberdade de expressão e de voto sem temer ações externas. Os partidos políticos com assento no Congresso são ativistas na política e complementam a atividade política. Os processos sobre eles não têm que ter autorização, mas o foro fica igual (ao dos congressistas) — afirmou.

Para aprovar uma PEC, serão necessários 308 votos dos 513 deputados e de 49 dos 81 senadores, em dois turnos. O quórum mais alto exige que os congressistas do ‘Centrão’ negociem com parlamentares de esquerda e de direita, e a anistia entrou como ponto central dos debates.

O novo texto da PEC prevê que; além de o presidente da República, do vice-presidente, de membros do Congresso, de ministros e do procurador-geral da República, os presidentes de partidos com representação no Legislativo também terão foro especial, ou seja, serão processados e julgados pelo STF.

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