Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Lula bate no BC e adianta que poderá mudar meta de inflação

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Quinta, 06 de Abril de 2023 às 13:34, por: CdB

Segundo o presidente, os altos juros são “incompreensíveis, porque não tem uma inflação de demanda”. Ele, porém, tentou ser cauteloso. Depois de dizer que “não vamos brincar com economia”, lamentou que nos primeiros mandatos discutia as questões de juros e inflação abertamente com o BC, que agora tem autonomia.


Por Redação - de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar os juros altos do Banco Central (BC), nesta quinta-feira, e avisou que voltará à questão assim que retornar da China, no próximo dia 16. Ele não descartou rever a meta de inflação. Apesar de ser um tema muito polêmico, Lula resumiu:

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O ministro Paulo Pimenta (Secom) tem aconselhado o presidente Lula a evitar comentários sobre oponentes


— Se a meta está errada e não pode cumprir, muda-se a meta.

Autonomia

Segundo o presidente, os altos juros são “incompreensíveis, porque não tem uma inflação de demanda”. Ele, porém, tentou ser cauteloso. Depois de dizer que “não vamos brincar com economia”, lamentou que nos primeiros mandatos discutia as questões de juros e inflação abertamente com o BC, que agora tem autonomia.

— Então, não discuto meta, porque é para o BC e o Senado, que define a autonomia do banco — afirmou.

Para este ano, a meta de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida pelo BC se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Os economistas do mercado financeiro, porém, acreditam que a inflação vai fechar o ano em quase 6%. Se a projeção se confirmar, será o terceiro ano seguido do estouro da meta. Para cumpri-la, o BC usa, entre outros instrumentos, a taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 13,75%.

Obsessão


Lula disse que vai indicar diretores para o BC de acordo com os “interesses do governo”. Caberá a ele substituir dois dos nove diretores ainda este ano - são eles junto com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que calibram os juros para o controle da inflação.

As declarações foram feitas durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, quando Lula disse que sua primeira obsessão ao voltar à Presidência foi a retomada dos programas sociais dos seus dois governos anteriores, mas que a nova obsessão é o desenvolvimento do país, baseado em “estabilidade, credibilidade e previsibilidade”.

O presidente indicou, ainda, que a chave para isso é crédito, outra questão que estará em pauta fortemente na sua volta da China. O presidente também afirmou que não privatizará nenhuma estatal. Lula considerou “extemporânea” a manifestação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre uma nova política de preços da Petrobras, que causou uma comoção no mercado financeiro e gerou um desmentido da própria companhia.

— A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir política de preço.Nós vamos mudar, mas com muito critério porque, durante a campanha, eu disse que era preciso abrasileirar o preço da gasolina e o preço do óleo diesel — disse Lula.

Congresso

O Brasil, ainda segundo o presidente, “não tem por que estar submetido à Política de Paridade Internacional (PPI). Mas isso é o um problema que nós vamos discutir num momento certo”.

Lula cobrou um acordo entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a tramitação das medidas provisórias (MPs).

— Já tive oportunidade de conversar (com eles) e eu tenho certeza que os dois vão se colocar de acordo, para começar a votar coisa que precisa ser votada. Porque o país não pode ficar parado — resumiu o presidente.

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