Rio de Janeiro, 10 de Setembro de 2025

Levante Popular da Juventude faz ação para pedir justiça por Moïse Kabamgabe

Arquivado em:
Quinta, 03 de Fevereiro de 2022 às 09:06, por: CdB

Com palavras de ordem contra o racismo e contra a precarização de direitos trabalhistas que atinge a população mais jovem no Brasil, cerca de 100 integrantes do movimento popular interditaram por 15 minutos a avenida da praia da Barra da Tijuca e atearam fogo em pneus.

Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro

O Levante Popular da Juventude realizou um protesto no início da manhã desta quinta-feira para pedir justiça por Moïse Kabamgabe, de 24 anos, congolês morto no último dia 24 após ser espancado por três homens. A ação ocorreu em frente aos quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
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Justiça por Moïse: ação do Levante Popular da Juventude denunciou racismo, xenofobia e precarização dos direitos trabalhistas
Com palavras de ordem contra o racismo e contra a precarização de direitos trabalhistas que atinge a população mais jovem no Brasil, cerca de 100 integrantes do movimento popular interditaram por 15 minutos a avenida da praia da Barra da Tijuca e atearam fogo em pneus. Em entrevista ao Brasil de Fato, Maíra Marinho, da coordenação nacional do Levante no Rio, lembrou que Moïse foi espancado durante 15 minutos e morto por reivindicar o pagamento de dias trabalhados no quiosque Biruta. O congolês, que vivia no Brasil desde 2011 na condição de refugiado, trabalhava em condições precárias, sem direitos trabalhistas. – A ação é para denunciar o que aconteceu com Moïse aqui na Barra da Tijuca, onde ele foi brutalmente assassinado por reivindicar seus direitos enquanto trabalhador com salário atrasado. Esse assassinato não é um caso isolado, ele faz parte de uma política mais ampla de extermínio da juventude negra, simbolizada na morte da Ágatha, do João Pedro, da vereadora Marielle Franco e da vida do corpo negro no Brasil – disse Maíra. Durante o ato, integrantes do Levante denunciaram o crime como resultado de racismo e xenofobia e disseram que atos de violência e assassinatos passaram a ser mais fomentados no governo do presidente Jair Bolsonaro. Apesar de ser congolês, Moïse era chamado de "angolano" pelos agressores. Ele deixou a República Democrática do Congo em 2011 para fugir da violência naquele país e foi acolhido pelo Brasil como refugiado.

Precarização trabalhista

A Polícia Civil intimou para depor nesta quinta-feira o policial militar Alauir Mattos de Faria. Ele é apontado por dois dos agressores como dono do quiosque Biruta, onde Moïse trabalhou. Segundo Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o policial não estava no local no momento do crime. Além de Alesson, Brendon Alexander Luz da Silva e Fábio Pirineus da Silva foram presos na última segunda-feira. O procurador da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), Rodrigo Mondego, que acompanha o caso, afirmou na última terça-feira que existe uma tentativa de justificar a morte de Moïse por ele estar supostamente alcoolizado, segundo os agressores, mas o que deve ser destacado, segundo o advogado, é a relação trabalhista precária do quiosque com o congolês. O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) informou que instaurou Inquérito Civil para analisar a relação trabalhista entre as partes. A denúncia aponta para o possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar, inclusive, trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo. O Inquérito Civil corre em paralelo com as investigações criminais pelos demais órgãos competentes.

Investigação

A Polícia Civil investiga se haveria mandantes por trás do crime, que foi registrado por câmeras de vigilância do quiosque Tropicália, que fica ao lado do local onde Moïse trabalhava. O congolês chegou a trabalhar no Tropicália, mas recentemente ele prestou serviço ao Biruta e foi lá o local onde ele esteve para cobrar a dívida. A polícia informou que o dono do Tropicália não tem nenhuma relação com a morte e colaborou cedendo as imagens de vídeo à investigação. Lista de instituições que estarão presentes no ato de denúncia do assassinato de Moïse,  neste sábado, às 10h, em frente ao quiosque Tropicália na Barra da Tijuca.

1. ABI - Associação Brasileira de Imprensa

2. Advocacia Decolonial

3. Advocacia Preta Carioca

4. Afoxé Filhas de Gandhy RJ

5. Afrikanos no Mundo

6. Afronte! Negro (RJ)

7. Agbara Dudu

8. AMEINU Brasil - Diversidade Religiosa, Cidadania e Direitos Humanos

9. ANAN

10. Anistia Internacional Brasil

11. Apadrinhe um Sorriso

12. ASPECAB/CENIERJ

13. Associação Afro Inter Connections

14. associação cultural EGBE ILE ASE OLOYA TORUN

15. Associação Sementes da Democracia

16. Baque Mulher

17. casa de caridade seara de boiadeiro

18. Casa Fluminense

19. Catedra Sérgio Vieira de Mello - UERJ

20. Catedra Sérgio Vieira de Mello da PUC-Rio/ACNUR

21. CC Claudia Maria (URI)

22. CEAP

23. CEDINE

24. Centro Brasil de Saúde Global

25. Centro de Teatro do Oprimido Grupo Cultural Afrolaje

26. CETRAB- NACIONAL

27. CETRAB-RJ

28. Coalizão Negra por Direitos

29. Coletividade Preta

30. Coletivo Afrodivas de Niterói - Brasileiras & Cia

31. Coletivo de mães da maré

32. Coletivo Estrela - Portugal

33. Coletivo Madalena Anastácia

34. Coletivo MUANES Dançateatro

35. Coletivo Negro Aquilombar/UNIRIO

36. Coletivo Nuvem Negra

37. Coletivo Siyanda de Cinema Negro

38. Coletivona

39. Colymar

40. COMDEDINE

41. Conselho Regional de Psicologia RJ

42. CUT Rio/Secretaria de Combate ao Racismo

43. Denegrir

44. Diocese Anglicana do Rio de Janeiro

45. ECOWAS Brazil Chamber of Commerce

46. Educafro

47. ENAFRO

48. Espaço Cultural África-Brasil e Artes- ECABA

49. FAMNIT - Federação das Associações de Moradores de Niterói

50. Favelas na Luta Associação de Moradores da Chacara e Arroz

51. FJUNN

52. Flisgo

53. Fórum de Mulheres Negras RJ

54. Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ)

55. Frente Ampla Suburbana

56. Frente Favela Brasil

57. Frente Nacional Antirracista

58. Frente Quilombola RS

59. GRES G15

60. Grupo Acesso Cultural SG

61. Grupo Capoeira Angola Ngoma

62. Grupo Cor do Brasil

63. Grupo de estudos Muniz Sodré sobre sobre Relações Raciais

64. IANB/Instituto da Advocacia Negra Brasileira

65. Ilé àṣẹ Èṣù Àti Ogun

66. INAMUR / Instituto Nacional de Mulheres Redesignadas

67. INCub-Portugal

68. Instituto Justiça Negra Luíz Gama

69. Instituto Move o Mundo - Empreendorismo Social

70. Instituto Niemeyer

71. Instituto Pensamentos e Ações para Defesa da Democrática - IPAD

72. Instituto Sociocultural Brasil Chama África

73. IPCN

74. Jornalistas Pretos

75. Judeus e Judias pela Democracia SP

76. Levante Feminista

77. LGBT+Movimento

78. Magdas Migram

79. MISSAO ROCINHA

80. MNE/Movimento Negro Evangélico

81. MNU RJ

82. mojuba Urab Maricá

83. Movimenta Caxias

84. Movimento Federalista Pan Africano

85. movimento muleques

86. Movimento Parem de Nos Matar!

87. Movimento Popular de Favelas

88. Movimento Pretah Dance

89. MUHCAB

90. NENRI

91. Observatorio Judaico dos Direitos Humanos no Brasil

92. OIM/Agência da ONU para Migrações

93. perifaConnection

94. Portal Favelas

95. Projeto BAMBUZAL

96. PUD/Psicanalistas Pela Democracia

97. Quilombo Allee/Berlim

98. Quilombo Cultural Urbano Casa do Nando

99. RAICO - Rede Afro de Influenciadores e Comunicação

100. Raízes 88

101. REAFRO

102. Rede de Comunidade e Movimentos Contra a Violência

103. Rede Jubileu Sul

104. Representação da ONU

105. Roda de Samba Luz D'Samba 111 - Bloco Carnavalesco Mameluco

106. Rosa Miranda Afro Verdes RJ PV

107. Secretaria Nacional de Direitos Humanos

108. SEPE/Lagos

109. Setorial de Favelas Marielle Franco PSOL/ RJ

110. SINDSPREV/RJ

111. Terreiro da Liberdade

112. UBM

113. Uneafro Brasil RJ

114. UNEGRO RJ

115. Youth for human rights Portugal

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