Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Jairinho volta a negar envolvimento na morte de Henry 

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Terça, 14 de Junho de 2022 às 09:10, por: CdB

O interrogatório começou com atraso e foi marcado por um bate-boca entre os advogados de defesa e a juíza. O ex-vereador se recusou a responder as perguntas do Ministério Público e do assistente de acusação.

Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro

O ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como doutor Jairinho, foi interrogado na segunda-feira durante uma audiência de instrução do 2º Tribunal do Júri do Rio. Ele e Monique Medeiros, sua ex-companheira, são acusados pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos, em março do ano passado.
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Audiência que ouviu o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior sofreu atraso e foi marcada por bate-boca entre advogados e juíza
O interrogatório começou com atraso e foi marcado por um bate-boca entre os advogados de defesa e a juíza. O ex-vereador se recusou a responder as perguntas do Ministério Público e do assistente de acusação. No seu depoimento, Jairinho negou ter cometido qualquer agressão a Henry e falou sobre sua vida pessoal. – Eu, definitivamente, juro por Deus, que nunca encostei em uma criança na minha vida. Meu histórico não permite dizer isso. Sou nascido e criado em Bangu. Meus pais são casados há 50 anos. Minha família é pautada no amor. Sempre procurei fazer o que era certo – afirmou. Durante quase oito horas de interrogatório, o réu questionou laudos e negou o homicídio. A pedido da defesa, ele narrou o que aconteceu no dia da morte da criança. Jairinho relatou que faz uso de medicamentos para dormir e que foi acordado por Monique com o filho já desacordado na madrugada do dia 8 de março de 2021. – O Henry chegou (no hospital) sem machucado. Caso tivesse, teríamos sido atendidos de outra maneira. É lógico que a polícia ia nos atender, que no mínimo o Conselho Tutelar estaria lá. E não o trâmite se daria como uma morte acidental. Tudo aconteceu como uma morte acidental. Todos os trâmites se deram, desde o apartamento até o velório, como uma morte acidental. Ninguém falou em morte violenta. Isso veio depois – sustentou. Em relação às lesões encontradas no corpo de Henry, ele atribuiu aos procedimentos médicos realizados no hospital. Segundo ele, um exame de pneumotórax comprovaria do menino a sua inocência. – Eu peço socorro para os senhores! Tenho certeza que o doutor Leonardo Tauil (médico legista) sabe ler exames, exames de raio-x. Uma imagem dessa mostra que ele está colocando na cadeia, por 14 meses, um inocente. Posso lhes assegurar, doutores! Pela vida dos meus filhos! Ele sabe o que ele cometeu é crime! – apelou Jairinho. O processo sobre o caso Henry Borel segue para alegações finais. A juíza Elizabeth Machado Louro vai decidir se os réus vão a júri popular. O interrogatório está disponível na íntegra no YouTube.

Relembre o caso

Henry Borel foi morto no dia 8 de março de 2021 no apartamento em que morava com Jairinho e a mãe na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações da Polícia Civil, o ex-vereador e padrasto de Henry agredia o menino com socos e chutes e a mãe sabia. Ambos respondem por tortura e homicídio triplamente qualificado, com agravamento de pena por se tratar de um menor de 14 anos. A perícia médica apontou que as 23 lesões encontradas na criança, como laceração do fígado, danos nos rins e hemorragia na cabeça “são condizentes com aquelas produzidas mediante ação violenta”. Monique e Jairinho foram presos um mês após o crime. Ela cumpre prisão domiciliar.
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