Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Ingresso de Cuba no BRICS se apresenta como solução a embargo dos EUA

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Sábado, 14 de Dezembro de 2024 às 17:10, por: CdB

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, confirmou nesta manhã a entrada de Cuba no BRICS como membro parceiro do bloco. A partir de janeiro de 2025, Havana participará das atividades do grupo, que estará sob a liderança do Brasil.

Por Redação, com Sputnik – de Havana

O ingresso de Cuba no BRICS, formalizado neste sábado, torna o país parceiro em meio à crise econômica gerada pela manutenção insistente de embargo econômico imposto pelos EUA. Com a América Latina desmobilizada, o BRICS emerge como melhor plataforma para pressionar Washington a retirar as sanções unilaterais adotadas contra Cuba, ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades de negócios à Ilha caribenha.

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Em Varadero, Havana, um dia de atividades sociais

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, confirmou nesta manhã a entrada de Cuba no BRICS como membro parceiro do bloco. A partir de janeiro de 2025, Havana participará das atividades do grupo, que estará sob a liderança do Brasil.

 

Parceiros

Cuba foi formalmente convidada a aderir ao BRICS como membro parceiro, com o aceite do Brasil, durante a Cúpula de Chefes de Estado do BRICS celebrada na cidade russa de Kazan, em outubro desse ano. A Bolívia também aceitou o convite para integrar o bloco na mesma categoria, informou Sergei Ryabkov.

— (Cuba e Bolívia) fazem parte do grupo de países que receberam convites. Estamos confiantes de que tudo vai dar certo no sentido da entrada deles (no BRICS) como países parceiros — disse o diplomata russo.

A presidência russa do BRICS negocia com os cerca de 13 países convidados pelo bloco a aderir à nova categoria de países parceiros. De acordo com Ryabkov, a lista final de novos membros deve ser publicada até o fim deste ano.

— Ainda não concluímos o processo de coordenação com os países convidados, de acordo com a decisão da Cúpula de Kazan de os integrar — acrescentou o diplomata.

 

Contexto

A entrada de Cuba virá em um momento difícil para a ilha, no qual o embargo econômico consolida crise econômica severa. Com países latino-americanos, inclusive o Brasil, menos engajados na luta pelo fim do embargo imposto por Washington, o BRICS emerge como plataforma alternativa para a defesa dos direitos de Cuba, disse a jornalista e professora nas universidades Mackenzie e PUC-SP, Vanessa Oliveira.

— A América Latina não está mais no contexto da ‘onda rosa’, no qual lideranças manifestavam apoio a Cuba e militavam contra o embargo econômico. Os governos de esquerda da região estão atualmente focados em problemas internos e com dificuldades de levantar pautas externas. O BRICS emerge como o grupo que poderá tomar decisões políticas e econômicas importantes, e manter a pressão pelo fim do embargo — afirmou Oliveira à agência russa de notícias Sputnik Brasil.

 

Desonesto

O governo dos Estados Unidos voltou a agredir o governo cubano, na véspera, ao reafirmar que Cuba seria patrocinadora do terrorismo. A declaração foi repudiada, neste sábado, pelo ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez. Nas palavras dele, a ação de Washington é “desonesta”.

“Com plena consciência, (os EUA) mentem sobre isso para justificar a aplicação de duras medidas econômicas coercivas de alcance extraterritorial”, afirmou Rodríguez em uma rede social.

Os Estados Unidos decidiram manter Cuba em sua lista de nações que patrocinam o terrorismo por mais um ano, conforme consta na lista do Departamento de Estado norte-americano denominada “Relatórios de Países sobre Terrorismo 2023”, que também inclui a Coreia do Norte, o Irã e a Síria.

A Ilha foi incluída nessa lista em janeiro de 2021, numa das últimas ações de Donald Trump (2017–2021) antes de concluir o seu primeiro mandato como presidente dos EUA.

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