A falha, que durou cerca de duas horas e meia, foi atribuída a um erro nos sistemas centrais de software da companhia, segundo comunicado oficial da empresa.
Por Redação, com OESP – de São Francisco
Uma falha interna de software causou um dos maiores apagões já registrados na rede de satélites da SpaceX, afetando usuários em dezenas de países e levantando suspeitas sobre a origem do problema.
A rede de internet via satélite Starlink, da SpaceX, enfrentou na quinta-feira, uma interrupção generalizada que deixou dezenas de milhares de pessoas desconectadas em diversas partes do mundo. A falha, que durou cerca de duas horas e meia, foi atribuída a um erro nos sistemas centrais de software da companhia, segundo comunicado oficial da empresa.
O problema começou por volta das 16h (horário de Brasília), quando usuários nos Estados Unidos e na Europa relataram dificuldades de conexão. O site Downdetector, que monitora reclamações de serviços online, chegou a registrar mais de 61 mil notificações relacionadas à Starlink durante o pico da falha.
Usuários também relataram problemas em países como Colômbia, regiões da África, Ásia, Austrália, Sardenha (Itália), Estocolmo (Suécia) e New Hampshire (EUA), reforçando a abrangência global da pane.
Na manhã desta sexta-feira, alguns usuários relataram que seus terminais ainda continuavam fora do ar, mesmo após os comunicados de restauração total. Muitos também disseram ter recebido mensagens de erro informando “sem canal de comunicação ativo com a rede” durante a pane.
A própria SpaceX reconheceu a pane em sua conta oficial na rede X (antigo Twitter), informando que estava “implementando ativamente uma solução”. Pouco tempo depois, Michael Nicolls, vice-presidente de engenharia da Starlink, explicou que a origem do problema estava em “falhas nos serviços internos de software que operam a rede principal”.
Elon Musk, CEO da empresa, também se pronunciou. “Desculpem pela interrupção. A SpaceX vai resolver a causa raiz para garantir que isso não volte a acontecer”, escreveu. A promessa é de que uma investigação técnica apure o motivo exato do colapso.
Desde 2020, a SpaceX já lançou mais de 8 mil satélites Starlink, criando uma malha de baixa órbita terrestre voltada a fornecer internet de alta velocidade em regiões remotas. Hoje, o serviço atende mais de 6 milhões de usuários em cerca de 140 países e territórios.
Expansão da rede
A expansão da rede tem sido prioridade da empresa, que recentemente firmou parceria com a operadora T-Mobile para oferecer conexão direta entre celulares e satélites, permitindo envio de mensagens de emergência em áreas sem cobertura convencional.
Apesar da falha parecer ter sido contida sem consequências duradouras para os usuários residenciais, ainda não há informações oficiais sobre impactos em serviços mais sensíveis. A Starlink também é base para o Starshield, braço militar da SpaceX que mantém contratos bilionários com o Departamento de Defesa dos EUA.