Por Redação-de Brasília
Em entrevista exclusiva ao Correio do Brasil, o deputado distrital Max Maciel (PSOL) destacou os principais desafios do Distrito Federal e as batalhas travadas na Câmara Legislativa. Com uma trajetória de mais de 20 anos no movimento social e seu primeiro mandato como parlamentar, Maciel abordou temas como mobilidade urbana, saúde pública e os impactos da privatização de serviços essenciais. Natural de Ceilândia, Max Maciel relembrou suas origens no movimento estudantil e sua luta por representatividade.
—Nosso objetivo nunca foi chegar ao poder por si só, mas transformar um território que sofria com preconceito e violência— afirmou. Eleito em 2022, o deputado destacou a responsabilidade de representar uma população que, segundo ele, não se via nos espaços de decisão.

Transporte público e Tarifa Zero
Atual presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana, Maciel comemorou a gratuidade do transporte público nos fins de semana e feriados, mas criticou a privatização da Rodoviária do Plano Piloto.
—É um contrato malicioso: o Estado paga 70% do custo, o usuário banca 30%, e ainda assim querem entregar à iniciativa privada— denunciou.
Ele explicou que a proposta do governo prevê que as empresas concessionárias cobrem uma “taxa de apostagem” por cada ônibus que utilizar o terminal, o que, segundo ele, onerará ainda mais os cofres públicos.
—Em 10 anos, a concessionária já recupera o investimento e lucra em cima do poder público. Quem paga é a população— alertou.
Saúde no DF
Sobre a saúde no DF, Maciel foi enfático: “Não falta dinheiro, faltam gestão e prioridade”. Com um orçamento de R$ 14 bilhões, o sistema está sucateado e o cidadão enfrenta filas, falta de médicos e a sobrecarga de profissionais de enfermagem, que muitas vezes fazem plantões triplos para compensar os baixos salários.
O deputado defendeu a valorização da enfermagem e a reorganização do atendimento primário, criticando o horário limitado das Unidades Básicas de Saúde (UBS).
—Se as UBS funcionassem no horário em que o trabalhador precisa, diminuiríamos a pressão nos hospitais—, argumentou o deputado.
Criticas sobre a termelétrica
Maciel também criticou a instalação de uma termelétrica a gás próximo a uma escola em Brasília, obra que considera injustificável do ponto de vista ambiental e social.
—Ninguém explica a quem serve essa energia. Enquanto isso, áreas do Plano Piloto ficam sem luz, mesmo após a privatização da Neoenergia— disse.
Ele questionou a lógica das privatizações no DF, citando casos como o da Rodoviária e da saúde, e reforçou a necessidade de um debate técnico e transparente com a sociedade. —Temos uma Câmara que muitas vezes vota por interesses, não por dados—, concluiu.
Max Maciel segue defendendo pautas como transporte público estatal, saúde de qualidade e meio ambiente, enquanto enfrenta resistência na Câmara Legislativa. Para ele, a mudança só virá com pressão popular e participação social. Assista a entrevista completa no site (https://www.youtube.com/watch?v=VUocE_UJFfs&feature=youtu.be).