Rio de Janeiro, 20 de Junho de 2025

Copom coloca o país entre os quatro maiores juros do planeta

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Quinta, 12 de Dezembro de 2024 às 19:29, por: CdB

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) reconhece que o comitê reagiu a um contexto inflacionário que se mostra cada vez mais permanente.

Por Redação – de Brasília

O Brasil encerrará 2024 com a quarta maior taxa de juros nominal do planeta (12,25%), após o reajuste de um ponto porcentual (p.p.) da Selic, anunciado nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC). Se, por um lado, a nova elevação era, de fato, necessária — dada a conjuntura econômica do país —, na outra ponta, conviver com juros dessa magnitude é preocupante para o futuro.

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A alta na taxa básica de juros da economia brasileira repercute nas contas públicas

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) reconhece que o comitê reagiu a um contexto inflacionário que se mostra cada vez mais permanente. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, divulgado na última terça-feira, mostrou um encarecimento de 0,39% nos preços. No acumulado de 12 meses, já estão 4,82% maiores, sendo que a meta estipulada pelo Bacen era de uma inflação de 4,5% em 2024.

Nesse sentido, a escalada dos preços já ameaça o poder de compra das famílias brasileiras, justamente em um ano marcado por queda do desemprego (6,2%, no trimestre encerrado em outubro) e aumento da massa de renda real.

 

Controle

Ainda, essa inflação persistente é consequência do desequilíbrio fiscal do Brasil, que, além de se prolongar no tempo, está longe de ter uma resolução no horizonte. O pacote de corte de gastos anunciado pelo governo é visto pela Federação como paliativo, adiando um debate inevitável sobre novas medidas para a redução.

A situação impacta diretamente as expectativas sobre a inflação do mercado, jogando incertezas nas previsões e, por consequência, elevando as taxas de juros de longo prazo. “Em meio a esse conflito, o BC não tem muito o que fazer a não ser ancorar essas expectativas em uma Selic elevada e evitar que essa inflação saia do controle. Em outras palavras, foi uma medida amarga, mas necessária”, justifica a FecomercioSP.

É por isso que essa discussão deveria exceder a taxa Selic, focando mais nos motivos pelos quais permanece alta (apenas a Turquia, a Rússia — em guerra — e a Argentina têm juros nominais maiores). De acordo com a FecomercioSP, as dúvidas quanto à política fiscal é a principal causa desse cenário, já que; além das expectativas do mercado, também desestimulam o investimento privado, elevam os custos do financiamento da dívida pública e minam toda a confiança que (ainda) existe na economia brasileira daqui para a frente.

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