Em depoimento à Primeira Turma do STF, Fernandes tentou no entanto minimizar a gravidade da acusação ao dizer que o plano, detalhado em um documento anexado pela PF aos autos, tratava-se somente de uma “análise de riscos”.
Por Redação – de Brasília
Ex-subchefe da Secretaria-Geral da Presidência no governo do mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), o general da reserva Mário Fernandes eliminou com seu depoimento, na análise de consultores jurídicos ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil, nesta sexta-feira, qualquer dúvida quanto ao planejamento do golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro. O militar admitiu, na noite passada, ter sido o autor do chamado ‘Plano Punhal Verde e Amarelo’, que previa, segundo inquérito da Polícia Federal (PF), o sequestro e assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em depoimento à Primeira Turma do STF, Fernandes tentou no entanto minimizar a gravidade da acusação ao dizer que o plano, detalhado em um documento anexado pela PF aos autos, tratava-se somente de uma “análise de riscos” produzida por hábito pessoal.
— Esse arquivo digital, que retrata um pensamento meu, que foi digitalizado, é um estudo de situação. Uma análise de riscos que fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Esse pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém — tentou desconversar.
Impressão
Segundo as investigações, no entanto, o plano criminoso chegou a ser impresso nas dependências do Palácio do Planalto. Fernandes confirmou a impressão, embora diga agora que foi apenas para sua leitura pessoal.
O general faz parte do núcleo dois da trama golpista, apontado como responsável por elaborar estratégias para manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.