Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Cármen Lúcia muda o voto e STF enterra carreira de Sérgio Moro: um juiz parcial

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Terça, 23 de Março de 2021 às 15:34, por: CdB

A sentença que condenou Lula, no entanto, fora anulada anteriormente por outra decisão, do ministro Edson Fachin, que ficou sozinho ao votar contra a suspeição de Moro. Fachin já havia declarado a incompetência da Justiça Federal do Paraná.

Por Redação - de Brasília

Ao mudar o voto no julgamento da suspeição do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, a ministra Cármen Lúcia virou o placar a 3 votos a 2 contra o magistrado que decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, retirando-o da corrida eleitoral, em 2018. A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal declarou, assim, que Moro agiu com parcialidade ao condenar Lula, no caso do triplex do Guarujá.

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A ministra Cármen Lúcia alterou sua avaliação, no julgamento de habeas corpus que apontava a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, contra o ex-presidente  Lula

A sentença que condenou Lula, no entanto, fora anulada anteriormente por outra decisão, do ministro Edson Fachin, que ficou sozinho ao votar contra a suspeição de Moro. Fachin já havia declarado a incompetência da Justiça Federal do Paraná para analisar os processos do líder popular e tornou sem efeito as condenações pela Lava Jato de Curitiba, tornando-o novamente elegível para o pleito de 2022.

Julgamento

A Segunda Turma, assim, anula todo o processo, que precisará ser retomado a partir do zero pelos investigadores, agora definidos por magistrados na Primeira Região, em Brasília. A decisão encerra o julgamento pela turma sobre ação impetrada em 2018. Todas as provas colhidas, anteriormente, no processo, encontram-se contaminadas pela parcialidade do julgador.

O julgamento estava favorável ao ex-juiz, a partir do voto do ministro Cássio Marques contrário à suspeição do magistrado, quando a ministra Cármen Lúcia assumiu a palavra e concluiu o voto iniciado em 2018. Quando o julgamento se iniciou, ela tinha rejeitado a ação, mas agora seguiu o entendimento dos colegas Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

Má conduta

A ministra Cármen Lúcia entendeu que houve a interposição de novos elementos, que mostraram a parcialidade de Moro, logo, um julgamento irregular e inválido. A suspeição, no entanto, não cabe para os demais processos respondidos por Lula, mas a defesa já os questionou, todos, na Justiça.

Logo após Cármen Lúcia, o relator da Operação Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin, passou a defender o voto, derrotado no julgamento quanto à suspeição de Moro. Segundo Fachin, os efeitos pronunciados pela Segunda Turma vão além do caso de Lula e abre brecha para que advogados dos outros condenados questionem a má conduta do ex-juiz e apontem outras sentenças como ilegais, perante a Lei.

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