Rio de Janeiro, 25 de Junho de 2025

Presidente volta a atacar o STF e sugere que há uma guerra no país

Arquivado em:
Quarta, 01 de Setembro de 2021 às 15:11, por: CdB

A escalada de Bolsonaro na retórica neofascista visa as manifestações convocadas para o 7 de Setembro. Ele adiantou que comparecerá aos atos de Brasília e São Paulo. Um dos principais motes da mobilização é o ataque ao Judiciário.

Por Redação - do Rio de Janeiro
Às vésperas do feriado da Independência, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insinuar que existe alguma tipo de conflito nacional no país e, em cerimônia no quartel da Marinha, disse que “com flores não se ganha guerra”. O mandatário esteve nesta quarta-feira na Zona Norte do Rio para uma homenagem aos atletas militares que conquistaram medalha nas Olimpíadas de Tóquio.
bolso-sargentos.jpg
Bolsonaro passa em revista as tropas da Marinha, no Rio de Janeiro
— Com flores não se ganha guerra. Se você fala de armamento… Se você quer paz, se prepare para a guerra — acrescentou o presidente, após mandar o boxeador Hebert Conceição, medalhista de ouro, “enfiar a porrada”. A escalada de Bolsonaro na retórica neofascista visa as manifestações convocadas para o 7 de Setembro. Ele adiantou que comparecerá aos atos de Brasília e São Paulo. Um dos principais motes da mobilização é o ataque ao Judiciário.

Dinheiro público

Segundo alertou o senador Humberto Costa (PT-PE), titular da CPI da Covid, na sessão desta quarta-feira, há fortes indícios do uso de dinheiro público na manifestação antidemocrática convocada por bolsonaristas. Costa fez referência ao prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba, que foi flagrado pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tentando trazer R$ 505 mil na bagagem de mão para Brasília. O prefeito é conhecido como Gringo e foi eleito pelo PSL. — Senador Humberto há indícios de que isso esteja acontecendo em vários locais para alugar ônibus. Então, é necessário que todos nós fiquemos atento a isso. Querer invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso tem que ser repudiado — repercutiu o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Segundo o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), há indícios fortes de vinculação direta e pessoal do prefeito com um dos coordenadores do movimento de 7 de Setembro. — É preciso desestimular que essas práticas ocorram em detrimento do país — afirmou.

Ataque ao STF

Na linha que marcou sua atuação política, até agora, Bolsonaro está espalhando por WhatsApp um manifesto da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) que endossa o discurso bolsonarista sobre supostos ataques à liberdade de expressão e faz críticas ao Supremo Tribunal Federal. Nele, a entidade diz esperar que a "exacerbação"do STF "seja revisada". A entidade já tinha se alinhado a Bolsonaro ao se recusar a assinar o manifesto pela harmonia entre os Três Poderes feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com endosso da Febraban, a federação que apoia os bancos. Ele foi adiado depois de intensa pressão do governo. Segundo o que Bolsonaro reencaminhou à sua rede de amigos, a Fiemg decidiu fazer o seu próprio documento, intitulado "Manifesto pela liberdade". A federação já tinha anunciado que divulgaria um documento separado da Fiesp. Mas ainda não publicou a nota enviada a Bolsonaro, em seu site oficial.

Fake news

Em seguida, alternou sua artilharia contra o STF. — Nas últimas semanas, assistimos a uma sequência de posicionamentos do Poder Judiciário, que acabam por tangenciar, de forma perigosa, o cerceamento à liberdade de expressão no país. Falamos de investigações e da possibilidade de desmonetização de sites e portais de notícias que estão sendo acusados em inquéritos contra as fake news. Em nosso entender, impor sanções sem o devido processo legal, contraditório e ampla defesa é uma precipitação, além de inequívoca afronta à Constituição Federal — concluiu.
Edições digital e impressa
 
 

 

 

Jornal Correio do Brasil - 2025

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo