Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

BC acredita que atual política de juros não chega à base econômica

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Quarta, 25 de Junho de 2025 às 20:39, por: CdB

Em seminário promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), David argumentou que a economia brasileira apresenta dinamismo mesmo com juros básicos que tenderiam a ser contracionistas em outros países.

Por Redação – de Brasília

Dados econômicos sugerem que a transmissão da política de juros do Banco Central (BC) pode não funcionar com plena fluidez no Brasil, o que demanda ações para que seja possível obter “os mesmos efeitos com doses menores do remédio”, disse nesta quarta-feira o diretor de Política Monetária da autarquia, Nilton David.

BC acredita que atual política de juros não chega à base econômica | O Banco Central é a autoridade monetária do país
O Banco Central é a autoridade monetária do país

Em seminário promovido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), David argumentou que a economia brasileira apresenta dinamismo mesmo com juros básicos que tenderiam a ser contracionistas em outros países, citando também níveis baixos de desemprego.

— Normalizar a funcionalidade da política monetária do país, para que seja possível obter os mesmos efeitos com doses menores do remédio, deve ser um objetivo estrutural para nossa economia — afirmou.

 

Subsídios

Davi também propôs, entre outros pontos, uma reavaliação dos subsídios a empresas.

— Entre os desafios, há um que parece perpassar toda a política econômica do país: a necessidade de revisitar o alcance de subsídios cruzados regressivos, que proporcionam exceções favoráveis a alguns, mas que impõem uma carga maior sobre os demais, incluindo muitos que têm menos condições de pagar — observou.

O executivo saiu em defesa também da criação de alternativas para o financiamento do setor imobiliário e avaliou que essas medidas devem ser realizadas em conjunto com o mercado de capitais.

— Em relação ao crédito imobiliário, é importante desenvolver alternativas de funding em conjunto com o mercado, frente à redução estrutural na captação da caderneta de poupança, visando garantir não apenas o volume de recursos adequados, mas também que imóveis possam ser usados como colaterais para linhas de crédito mais seguras e de menor custo, a exemplo do que ocorre nas principais economias do mundo — acrescentou.

 

Comunicação

Já o presidente do BC, Gabriel Galípolo, espera apresentar em breve um modelo alternativo de financiamento habitacional no Brasil, baseado em captações de mercado.

Em sua fala, David também destacou a necessidade dos bancos centrais no geral ampliarem sua comunicação sobre política monetária para um público mais amplo, para além dos agentes do mercado.

— Isso faz com que o Banco Central precise recorrer a novas linguagens e canais de comunicação. Além de legítimo, é bem-vindo o crescimento do debate na sociedade acerca da atuação da autoridade monetária. Constitui parte essencial do nosso trabalho esclarecer para a população o que faz o Banco Central e por que o faz — concluiu.

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