Domingo, 10 de Novembro de 2019 às 12:41, por: CdB
Em entrevista à rede britânica de TV BBC, neste domingo, Bannon criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir que Lula volte ao convívio da sociedade.
Por Redação, com BBC - de Londres
Ex-estrategista e assessor do presidente norte-americano Donald Trump, o produtor de cinema Steve Bannon encara mais uma derrota na sua curta, embora meteórica carreira de guru político dos regimes de ultradireita. Após severas derrotas na Argentina, Hungria e Itália, a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na véspera, é um pedra a mais no lastro que o conduz ao fundo do poço.
Bannon se encontra diante de um novo fracasso, desta vez no Brasil, com o crescimento da centro-esquerda após libertação de Lula
Em entrevista à rede britânica de TV BBC, neste domingo, Bannon criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de permitir que Lula volte ao convívio da sociedade, classificando-o como "um dos políticos mais cínicos e corruptos do mundo”. A crítica ao líder petista sintetiza seu próprio declínio.
— Acho que Lula é um dos políticos e indivíduos mais cínicos e corruptos no mundo. (O ex-presidente dos EUA Barack) Obama se referiu a esse cara como 'o cara' (…). Lula é o esquerdista o mais celebrado da história do mundo. O que eu chamo reino do terror financeiro e da corrupção… Foi Lula que fez essa roda girar em conchavo com um bando de políticos corruptos brasileiros — comentou.
Bolsonaro
Orientador político do presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL) e com próximo ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do mandatário, Bannon prevê que a presença de Lula no cenário eleitoral "vai causar uma enorme perturbação política no Brasil”. Na tentativa de transformar os limões em uma limonada, Bannon diz que o governo Bolsonaro poderá se fortalecer no antipetismo latente no Brasil.
— Acho que os seguidores dele (Bolsonaro) verão a importância de continuar empurrando a agenda dele com um senso extra de urgência — acredita.
Impeachment
Afastado da Casa Branca desde o primeiro ano do governo Trump, Bannon é visto como o principal articulador de um movimento internacional de direita, que tem Bolsonaro, o ex-ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, o premiê húngaro Viktor Orban, entre outros, como seus principais expoentes. Todos eles passam por sérias dificuldades políticas.
— Agora que está livre, Lula vai virar um imã para a esquerda global se intrometer na política brasileira. Ele é o 'poster boy da esquerda globalista'. Entre todos no mundo, ele é o maior ídolo, agora que Obama está fora da política. E até Obama se referiu a ele. Com Lula, toda a corrupção antiga vai voltar — prevê.
Recentemente, Bannon cancelou uma viagem que faria ao Brasil, concentrando-se em uma campanha interna de defesa de Trump contra o processo de impeachment que está em andamento no Congresso dos EUA.