De acordo com Lindbergh Farias, o objetivo da articulação internacional teria como alvo o Supremo Tribunal Federal (STF), numa clara tentativa de interferir nos desdobramentos judiciais em que o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), pai do deputado licenciado, está envolvido.
Por Redação – de Brasília
A performance da ultradireita no Brasil, com sua lideranças nas redes sociais norte-americanas e, portanto, que apoiam os movimentos neofascistas ao redor do planeta, tem prolongado o golpe de Estado detido no 8 de Janeiro pela sociedade civil organizada. Para o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), há uma “campanha sórdida”, conduzida pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conhecido como filho ’03’, a partir dos Estados Unidos, para onde se mudou recentemente.

De acordo com Lindbergh Farias, o objetivo da articulação internacional teria como alvo o Supremo Tribunal Federal (STF), numa clara tentativa de interferir nos desdobramentos judiciais em que o ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), pai do deputado licenciado, está envolvido.
O líder petista identifica o movimento que chama de “golpe continuado da extrema direita”, tramado e levado adiante pelas hostes bolsonaristas. O movimento ganha desenvoltura nos acampamentos em frente aos quartéis, antes mesmo da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na campanha presidencial de 2022.
Pressão
Para Farias, a iniciativa de ’03′ integra uma “guerra híbrida”, estratégia moderna que descreve como o conjunto de “diplomacia, sanções, desinformação e pressão econômica” para alcançar fins políticos sem o uso direto da força militar.
— A campanha sórdida de Eduardo Bolsonaro, ao colaborar com políticos dos EUA para atacar o STF e interferir no julgamento do golpe que envolve seu pai, revela a estratégia do golpe continuado da extrema-direita brasileira, agora associada ao complexo de vira-lata em relação ao governo estadunidense — afirmou o deputado petista, a jornalistas.
Diante dos fatos, Lindbergh protocolou nesta sexta-feira uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o parlamentar de ultradireita.
Impunidade
No documento protocolado, Farias solicita que sejam apuradas eventuais práticas de crimes como atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo.
— É inaceitável que falsos patriotas usem o mandato e a imunidade parlamentar para conspirar contra o Brasil. Primeiro, com um plano de golpe que previa destruir a democracia e matar o presidente Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Agora, tentando intimidar o STF para garantir a impunidade de Jair Bolsonaro — protestou.
Ao final de sua nota pública, Lindbergh Farias reafirmou o compromisso com a defesa da democracia, da soberania nacional e das instituições brasileiras, especialmente o STF, que vem sendo alvo recorrente de ataques por parte de setores bolsonaristas.
Trama
O deputado petista rejeitou, ainda, qualquer tentativa de intimidação ou interferência externa nos julgamentos relacionados aos atos golpistas de 2023.
— Não aceitaremos qualquer tipo de interferência no julgamento dos golpistas. Em nome da verdade, da memória e da justiça, vamos passar a limpo o que aconteceu na trama que culminou no 8 de janeiro para que não se repita. O Brasil é dos brasileiros! — adiantou.
Desde a mudança de ’03’ para Washington, o governo dos Estados Unidos passou a avaliar a imposição de sanções econômicas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, entre outros magistrados da Suprema Corte brasileira, de acordo com texto que fundamenta a proposta, ainda em fase de revisão em gabinetes do Congresso norte-americano e no gabinete do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.