Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Arcabouço fiscal não significa queda nos juros, diz presidente do BC

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Quarta, 05 de Abril de 2023 às 12:48, por: CdB

O presidente do BC disse, ainda, que há uma certa ansiedade dos agentes econômicos em relação à necessidade de aumento de receitas para garantir resultados positivos nas contas públicas e reduzir a dívida, e que é necessário observar como vai tramitar no Congresso.


Por Redação - de Brasília

O novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo Lula para substituir o teto de gastos elimina o risco de que a dívida pública possa seguir uma trajetória mais explosiva, segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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Presidente do Banco Central, o economista Campos Neto tem mandato no cargo até 2024


As regras apresentadas não garantem, no entanto, uma queda imediata da taxa básica de juros, a Selic, que está atualmente em 13,75% ao ano.

— Não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros na forma como é colocada. O importante para a gente é atuar dentro do sistema de metas. Nós temos uma meta de inflação e olhamos as expectativas. O mais importante é como as medidas que estão sendo anunciadas afetam o canal das expectativas — disse Campos Neto nesta quarta-feira.

Campos Neto participou de um seminário promovido pelo Bradesco BBI.

— É importante reconhecer o grande esforço que o ministro [Fernando] Haddad e o governo têm feito. O que foi anunciado até agora elimina o risco de cauda, para aqueles que achavam que a dívida poderia ter uma trajetória mais explosiva — acrescentou.

Desemprego


O presidente do BC disse, ainda, que há uma certa ansiedade dos agentes econômicos em relação à necessidade de aumento de receitas para garantir resultados positivos nas contas públicas e reduzir a dívida, e que é necessário observar como vai tramitar no Congresso.

Ele também vê uma ansiedade em relação à despesa obrigatória, mas disse considerar injusto que se cobre do governo cortes relevantes nesses gastos —que incluem Previdência, funcionalismo e seguro desemprego, por exemplo.

— Acho que isso deveria ser cobrado com alguma parcimônia, porque, fazendo uma análise mais profunda do passado, é bastante difícil cortar despesa obrigatória, principalmente quando a gente pensa em cortes estruturais. A gente teve alguns cortes conjunturais, mas que acabaram retornando — observou.

Campos Neto afirmou, por fim, que a avaliação sobre o arcabouço é “superpositiva".

— É importante dizer que, para aqueles que tinham esse risco precificado, de que poderia ter uma trajetória de dívida mais descoordenada, acho que isso foi eliminado — resumiu.

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