Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2025

Ancelotti, técnico da seleção, pega um ano de prisão na Espanha

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Quarta, 09 de Julho de 2025 às 13:33, por: CdB

O treinador foi considerado culpado por uma fraude fiscal. Pela legislação do país, o italiano não será obrigado a cumprir a reclusão determinada na sentença.

Por Redação, com CartaCapital – de Madri

O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado a um ano de prisão na Espanha por fraude fiscal, informou a justiça do país nesta quarta-feira, uma pena que o italiano não será obrigado a cumprir em reclusão por ser inferior a dois anos.

Ancelotti, técnico da seleção, pega um ano de prisão na Espanha | Carlo Ancelotti, técnico da Seleção Brasileira de Futebol
Carlo Ancelotti, técnico da Seleção Brasileira de Futebol

“Condenamos Carlo Ancelotti como autor de um crime contra a Fazenda Pública relativo ao período fiscal do ano de 2014″ à “pena de um ano de prisão”, reza o auto de um tribunal de Madri, sobre um caso que remonta à primeira passagem do treinador pelo Real Madrid.

O site CartaCapital, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou acompanha o caso, e que o processo é conduzido pela equipe pessoal de Ancelotti.

Os juízes consideram provado que Ancelotti tinha “conhecimento claro do dever tributário derivado de sua residência fiscal na Espanha no exercício 2014” e “intenção consciente de evitar o pagamento de impostos”, afirma a sentença.

Por outro lado, o técnico italiano de 66 anos foi absolvido da acusação de ter cometido crimes fiscais em 2015.

A promotoria havia pedido uma condenação de quatro anos e nove meses de prisão para Ancelotti por considerar que ele havia sonegado mais de um milhão de euros (R$ 6,3 milhões na cotação atual) que recebeu em direitos de imagem em 2014 e 2015, durante sua primeira passagem pelo Real Madrid (2013-2015), clube ao qual retornou em 2021 (até 2025).

‘Mecanismos artificiais’

Durante seu depoimento no julgamento realizado em abril, na capital espanhola, Ancelotti afirmou que nunca pensou em cometer fraude.

O italiano disse que aceitou receber 6 milhões de euros (R$ 38,3 milhões) líquidos por temporada e foi o Real Madrid que propôs que ele recebesse 15% desse valor em direitos de imagem, com uma tributação diferente, o que acabou lhe causando problemas.

– Quando o Madrid me sugeriu isto, coloquei o clube em contato com o meu assessor inglês. Eu nunca me envolvo nisso porque nunca tinha recebido assim – declarou Ancelotti, garantindo que nunca teve ciência de que estava fazendo algo que “não era correto”.

– Todos os jogadores tinham, Mourinho tinha isto – explicou o italiano, citando como exemplo um de seus antecessores no Real Madrid, o português José Mourinho, que também acabou condenado a um ano de prisão após se declarar culpado de fraude fiscal em 2019.

A sentença desta quarta-feira conclui que Ancelotti sonegou impostos conscientemente “mediante mecanismos artificiais”.

Como não tem antecedentes criminais e a pena é inferior a dois anos, Ancelotti, que já não vive na Espanha, não será preso.

O italiano, que deixou o Real Madrid em maio para assumir a Seleção Brasileira, é o técnico mais bem-sucedido da história do clube merengue, com 15 títulos conquistados, incluindo três Ligas dos Campeões (2014, 2022 e 2024).

Messi e CR7 também foram condenados

Ancelotti não é a primeira personalidade ligada ao mundo do futebol que tem problemas com o fisco espanhol.

O astro argentino Lionel Messi, então jogador do Barcelona, foi condenado em 2015 a 21 meses de prisão e a pagar mais de 5 milhões de euros (aproximadamente R$ 32 milhões).

Em 2018, o português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, pagou uma multa de 18,8 milhões de euros (R$ 120 milhões) e foi condenado a dois anos de prisão.

Em um caso muito parecido com o de Ancelotti, o ex-jogador e agora treinador do Real Madrid Xabi Alonso foi acusado de fraude fiscal por transferir seus direitos de imagem a uma empresa radicada no exterior, mas foi absolvido.

E a cantora colombiana Shakira, ex-esposa do zagueiro Gerard Piqué, teve que chegar a um acordo em novembro de 2023 para evitar um julgamento por fraude fiscal.

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