De 25 instituições que esperam alta em setembro, cinco projetam um aumento de 0,5 ponto porcentual, o que levaria a taxa de juros dos atuais 10,5% para 11% ao ano — as outras 20 projetam aumento de 0,25 ponto percentual. As outras 36 instituições ouvidas acreditam, no entanto, que a taxa de juros não sofrerá modificação este ano.
Por Redação – de São Paulo
O fato de a economia mostrar sinais de aquecimento, com os indicadores inflacionários mais distantes do centro da meta estabelecida pelo Banco Central (BC), de 3% ao ano, analistas financeiros já cogitam uma taxa de juros mais alta, já na reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).
A pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, com 61 instituições financeiras, aponta que 25 delas (ou 42%) esperam para breve um aumento da Selic. No levantamento anterior, feito em 6 de agosto, apenas uma de 45 instituições ouvidas esperava alta já no próximo mês.
Dessas 25 instituições que esperam alta em setembro, cinco projetam um aumento de 0,5 ponto percentual, o que levaria a taxa de juros dos atuais 10,5% para 11% ao ano — as outras 20 projetam aumento de 0,25 ponto percentual. As outras 36 instituições ouvidas acreditam, no entanto, que a taxa de juros não sofrerá modificação este ano.
Campos Neto
Outra mudança apontada no levantamento é em relação à taxa de juros no final do próximo ano. Na pesquisa anterior, a mediana das respostas mostrava uma Selic de 9,5% em dezembro de 2025. Agora, esse número subiu para 10%.
A mudança no humor do mercado em relação aos juros vem após declarações em tom mais duro, ao longo da última semana, de Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, e do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo (apontado no mercado como o provável substituto de Campos Neto a partir de 2025).
Indicadores como o levantamento do BC que mede o nível de atividade econômica (IBC-Br), que veio mais forte que o esperado pelo mercado, e o relatório Focus, que mostra uma expectativa de inflação mais alta, indicam a mudança nos rumos da Selic.