Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Aliados de Lula se decepcionam com Motta, mas não perdem oportunidade

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Segunda, 16 de Junho de 2025 às 20:40, por: CdB

O presidente da Câmara voltou atrás, mesmo depois da reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).

Por Redação – de Brasília

Enquanto alguns ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não negam a decepção com as atitudes do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), mesmo após ter acordos fechados para a distribuição das emendas parlamentares, oficialmente o discurso é outro. Ao contrário de seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), conhecido por seu discurso objetivo e o cumprimento da palavra empenhada, Motta flutuaria ao sabor dos interesses de grupos políticos antagônicos e faltaria com seus compromissos.

Aliados de Lula se decepcionam com Motta, mas não perdem oportunidade | Presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta pauta matérias contra o governo
Presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta pauta matérias contra o governo

O presidente da Câmara voltou atrás, mesmo depois da reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), quando teria se comprometido com a busca de alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), entre elas a cobrança de Imposto de Renda (alíquota de 5%) sobre títulos hoje isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Publicamente, Motta chegou a classificar a proposta como “histórica”.

 

Palavra dada

Apenas alguns dias depois, Motta passou a criticar as propostas apresentadas por Haddad, afirmando que a iniciativa geraria uma reação “muito ruim” no Congresso e entre empresários. A avaliação é de que o deputado sofreu pressões de parlamentares e empresários para mudar de ideia. É quando ficou demonstrada a “fraqueza” do deputado, na avaliação da base aliada ao governo. 

O principal recado para Motta ocorreu na última sexta-feira, quando Haddad elogiou Arthur Lira, destacando que o parlamentar alagoano cumpria com sua palavra e avançava na pauta econômica.

— Na gestão do presidente Arthur Lira (PP-AL), ele disse antes da minha posse, ainda na PEC da Transição, ele falou: ‘Haddad, eu não vou misturar as nossas brigas com o governo com a questão econômica. Nós vamos resolver a questão econômica num outro ambiente’ — observou Haddad. 

 

Panos quentes

Ainda assim, mesmo diante do mal estar gerado pelas críticas ao presidente da Câmar, a  ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), tratou de colocar panos quentes. Em mensagem publicada em suas redes sociais, nesta manhã, Hoffmann rechaçou qualquer possibilidade de deslealdade de Motta quanto ao governo Lula.

“O relacionamento do presidente Hugo Motta com o governo do presidente Lula tem se caracterizado por responsabilidade e firmeza nos encaminhamentos acordados em comum”, escreveu a ministra.

Ainda assim, Hoffmann fez questão de mandar outro recado, desta vez diretamente ao ‘Centrão’. Ela avisou que no caso de o novo pacote fiscal ser derrubado, em Plenário, haverá um impacto direto no cumprimento das emendas parlamentares.

— Bate aqui e bate lá — concluiu.

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