Ex-ministro das Relações Exteriores nos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Amorim observa que a posição do governo brasileiro é contrária a qualquer tipo de intervenção estrangeira em outro país.

Amorim disse, em uma entrevista nesta manhã, que o governo Lula não cometerá a "loucura" de romper relações diplomáticas com a Venezuela.

Em um sinal inequívoco, no entanto, de que as relações entre os dois países está hoje mais perto da formalidade, Amorim foi direto ao afirmar que, no momento, não há a menor chance de o presidente Lula estar presente à cerimônia de posse de Maduro.

O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se, ainda, com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, e elogiou o tema escolhido pela Rússia em sua presidência do BRICS em 2024, reforçando que a multipolaridade é um conceito central para a política externa.

Perguntado por jornalistas sobre sua opinião quanto à lisura do pleito, Amorim citou o pensador grego Aristóteles: “Sou amigo de Platão, mas sou mais amigo da verdade. Estou procurando a verdade”.

Amorim disse ainda que, embora as eleições municipais deste ano e da agenda presidencial mais voltada para o interior do país, “o que não falta é um conflito por aí” e, portanto, os assuntos internacionais continuarão na pauta do dia.

No início deste ano, o TPI emitiu, em tempo recorde, mandados de prisão contra Putin e Maria Lvova-Belova, a autoridade russa no centro do suposto esquema para deportar à força milhares de crianças ucranianas para a Rússia. O organismo internacional fica sediado na cidade de Haia, na Holanda.

Conforme adiantou a reportagem do Correio do Brasil, na sexta-feira, partiu dos Estados Unidos o pedido para que o governo brasileiro assumisse a posição de negociador das demandas, de forma a evitar a progressão de um possível confronto bélico entre as duas nações sul-americanas.

Assessor especial da Presidência da República, o ex-chanceler Celso Amorim participou da conversa. A reunião do presidente com Vieira e Amorim ocorre no momento em que Lula passa a se inteirar mais detalhadamente acerca das reivindicações venezuelanas e os fatores políticos que implicaram na decisão de retomar uma contenda que se arrasta por mais de dois séculos.

Amorim acredita que não há intenção imediata da Venezuela de transformar a disputa pela região em uma ação armada, mas não está plenamente convencido.

O presidente quer chegar à reunião dos líderes mundiais do G7, a partir do dia 19, em Tóquio, com o texto, segundo veiculou a mídia conservadora. A ida de um representante brasileiro a Kiev é vista como estratégica, um gesto de Lula à comunidade internacional.

A autorização para a permanência dos navios iranianos no Porto do Rio de Janeiro foi concedida pela Marinha e é válida até este sábado. Ainda segundo Amorim, a decisão do governo brasileiro “é consistente com o direito marítimo internacional e com a boa prática diplomática”.