Zelensky voltou a questionar as reais intenções da Rússia nas negociações e criticou a falta de capacidade de manobra dos representantes que Moscou tem enviado para as conversas em Istambul.
Por Redação, com Europa Press – de Kiev
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que uma nova troca de até 500 prisioneiros de guerra de cada lado com a Rússia será realizada neste fim de semana, como parte do acordo alcançado durante as primeiras conversas diretas realizadas em meados de maio em Istambul.
– O lado russo informou que neste fim de semana poderá transferir 500 pessoas – anunciou ele nesta quarta-feira durante uma coletiva de imprensa em Kiev. “Estamos prontos para trocar quantas pessoas forem necessárias”, disse ele.
Zelensky disse ter recebido um compromisso da Rússia de fornecer uma lista de prisioneiros a serem trocados com antecedência, ao contrário de ocasiões anteriores. “É importante para nós (…) Continuaremos a insistir para que o lado ucraniano receba a lista”, disse ele.
Ele também assegurou que eles têm informações de que a Rússia identificou entre 15 e 20% dos corpos de militares ucranianos ainda sob sua custódia, que também fazem parte dessas trocas.
Nova oferta de cessar-fogo
Zelensky voltou a questionar as reais intenções da Rússia nas negociações e criticou a falta de capacidade de manobra dos representantes que Moscou tem enviado para as conversas em Istambul.
Portanto, ele propôs uma cessação das hostilidades até uma eventual reunião com seu colega russo, Vladimir Putin. “Eles acreditam que essa é uma questão para os líderes, eles mesmos nos disseram que um cessar-fogo está em outro nível”, disse o líder ucraniano.
– Estamos prontos para uma reunião imediata de acordo com a escolha dos russos. Istambul, o Vaticano, a Suíça, todos estão disponíveis. Propomos uma reunião a partir de segunda-feira, qualquer dia – insistiu Zelensky, que acredita que teria o apoio dos presidentes Donald Trump e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia.
– Se virmos que podemos continuar o diálogo e que estamos prontos para tomar as medidas apropriadas para diminuir a escalada da situação, então continuaremos o cessar-fogo sob a supervisão dos EUA – disse ele, confiante.
No entanto, ele enfatizou que a postura de negociação da Rússia até agora está longe de ser diplomática e atacou novamente o chamado memorando de entendimento, que está cheio de exigências, neutralidade da Ucrânia, retirada dos territórios ocupados, entre outras, e nenhuma concessão.
– Um memorando deve ter dois lados, não apenas um lado exigindo algo. Ele não pode ser chamado de memorando. É um ultimato – disse Zelensky, que advertiu em outro lugar que a Rússia “pode ocupar rapidamente” outros países.
– Putin não quer paz, mas ultimatos e a ocupação total da Ucrânia, bem como dos territórios de Belarus, Moldávia, Lituânia e Letônia. O Cazaquistão, ao que me parece, pode ser o próximo – previu.