"Faça lá o que você faz aqui no seu trabalho, para ver o que o maravilhoso sistema político que você tanto ama faria com você. Lá na China você desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo", escreveu o defensor do PM reformado Fabrício Queiroz, escondido em uma de suas propriedades.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão Nacional de Mulheres da Fenaj repudiaram a ameaça do advogado Frederik Wassef, contratado pela família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), à jornalista Juliana Dal Piva. Na véspera, a colunista do portal UOL relatou que Wassef mandou uma mensagem, via WhatsApp, na qual desafia a colunista e deixa implícita uma ameaça à sua vida.
O advogado Wassef indica uma clara ligação com o ex-PM Fabrício Queiroz
"Faça lá o que você faz aqui no seu trabalho, para ver o que o maravilhoso sistema político que você tanto ama faria com você. Lá na China você desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo", escreveu o defensor do PM reformado Fabrício Queiroz, escondido da Justiça em uma de suas propriedades. As instituições representativas dos jornalistas também cobraram que a Comissão de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) instaure um procedimento disciplinar contra o seu associado.
Leia, adiante, a íntegra da nota.
"A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ repudiam veementemente a ameaça do advogado Frederick Wassef à jornalista do UOL, Juliana Dal Piva.
"A jornalista vem desempenhando importante trabalho de investigação e expondo possíveis crimes cometidos por Jair Bolsonaro, com uma série de reportagens e podcast documental, nos quais expôs supostos crimes cometidos pelo presidente da República enquanto Deputado Federal, como a "rachadinha" - apropriação de parte do salário de assessores.
"Não aceitaremos que o presidente e seus apoiadores sigam ameaçando jornalistas e colocando suas vidas em risco. Exigimos dos órgãos responsáveis imediata apuração da ameaça e proteção à jornalista.
"Cobramos também da Comissão de Ética da OAB instauração de procedimento disciplinar contra o referido advogado.
"Basta de ameaças às jornalistas, à imprensa, ao livre exercício do jornalismo e à liberdade de expressão, pilares de qualquer Estado Democrático.
"À jornalista Juliana Dal Piva declaramos nosso irrestrito apoio e solidariedade.
Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJSindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de JaneiroComissão Nacional de Mulheres da FENAJ"
Ex-mulher
Com áudios inéditos que obteve, Juliana já demonstrou que Jair Bolsonaro demitiu o cunhado André por descumprir as regras do esquema.
“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, ele devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo”, diz Andrea, ex-cunhada de Bolsonaro, sobre o irmão.
Andrea e André são irmãos de Cristina, ex-mulher de Jair Bolsonaro.
Andre implica o coronel da reserva Guilherme Santos Hudson, que chama de “Tio Hudson”, no esquema.
Vida Secreta
“O tio Hudson também já tirou o corpo fora, porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e buscava no banco era ele. Não é pouca coisa que eu sei não. É muita coisa que eu posso ferrar a vida do Flávio, ferrar a vida do Jair, posso ferrar a vida da Cristina. Entendeu? É por isso que eles têm medo aí e manda eu ficar quietinha. Não sei o que, tal. Entendeu? É esse negócio aí”, disse Andrea em outro áudio.
Andrea é figura chave por ter trabalhado durante duas décadas como funcionária fantasma de Jair, Carlos e Flávio, na Câmara dos Deputados, Câmara dos Vereadores do Rio e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A série de podcasts A Vida Secreta de Jair traz os bastidores das negociatas do clã Bolsonaro.