Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

UE acusa Rússia de chantagem ao cortar gás a países europeus

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Quarta, 27 de Abril de 2022 às 08:23, por: CdB

Chefe da Comissão Europeia diz que o bloco prepara uma resposta coordenada à decisão "injustificada e inaceitável" de Moscou de interromper o fornecimento de gás natural para Polônia e Bulgária, membros da UE.

Por Redação, com DW - de Bruxelas

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recebeu com indignação o anúncio de que a Rússia interromperá a partir desta quarta-feira seu fornecimento de gás natural para a Polônia e a Bulgária, ambos membros da União Europeia (UE), mas garantiu que o bloco já estava preparado para eventuais cortes e planeja uma resposta "coordenada".
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presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen
– O anúncio da Gazprom (companhia estatal russa de energia) de que está interrompendo unilateralmente o fornecimento de gás a clientes na Europa é mais uma tentativa da Rússia de usar o gás como instrumento de chantagem – disse Von der Leyen em comunicado. Segundo a chefe do Executivo europeu, a medida é "injustificada e inaceitável" e "mostra mais uma vez a falta de confiabilidade da Rússia como fornecedora de gás". Von der Leyen acrescentou que a UE fez planos de contingência para tal situação e que negociações de crise ocorrem neste momento em Bruxelas. "Estamos preparados para esse cenário. Estamos em estreito contato com todos os Estados-membros", declarou. – Estamos elaborando nossa resposta coordenada da União Europeia. Também continuaremos trabalhando com parceiros internacionais para garantir fluxos alternativos. E continuarei trabalhando com líderes europeus e mundiais para garantir a segurança do abastecimento de energia na Europa – garantiu a presidente da Comissão Europeia. – Os europeus podem confiar que estamos unidos e em total solidariedade com os Estados-membros impactados por esse novo desafio. Os europeus podem contar com o nosso total apoio. A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), sediada em Paris, também condenou o anúncio da Rússia, tachando a medida de "armamentização do fornecimento de gás". – A decisão da Gazprom de cortar completamente o fornecimento de gás para a Polônia é mais um sinal da politização por parte da Rússia dos acordos existentes e só irá acelerar os esforços europeus para se afastar do fornecimento de energia russa – escreveu no Twitter o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.

Cortes de gás

A Polônia e a Bulgária foram informadas na terça-feira pela russa Gazprom que seu fornecimento de gás natural russo seria interrompido a partir desta quarta. A medida de Moscou foi vista como uma escalada dramática em um conflito que está se tornando cada vez mais uma batalha contra o Ocidente. Os dois países, assim como outros da União Europeia, recusaram-se a pagar pelo gás natural em rublos, uma exigência de Moscou para estabilizar e impulsionar sua moeda diante das sanções do Ocidente em meio à guerra na Ucrânia. Além disso, a Polônia tem oferecido grande apoio à Ucrânia, é a nação que acolheu o maior número de refugiados da guerra, serve de rota de transporte para armas enviadas por países do Ocidente à Ucrânia e, nesta semana, confirmou que enviará tanques para Kiev. Já a Bulgária era aliada de Moscou até a troca de seu governo por um líder de perfil liberal em dezembro de 2021. O país tem hesitado em oferecer apoio militar à Ucrânia, mas o primeiro-ministro Kiril Petkov e membros de seu governo irão a Kiev nesta quarta-feira para conversar com integrantes do governo ucraniano sobre possível ajuda ao país. Enquanto a Polônia conta com amplo armazenamento de gás natural e em breve se beneficiará de dois novos gasodutos, a Bulgária obtém mais de 90% de seu gás da Rússia, mas autoridades do país disseram que já trabalham para encontrar outras fontes, como o Azerbaijão.
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