Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Ucrânia não vai cumprir acordos de Minsk 'sob condições da Rússia'

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Quinta, 10 de Fevereiro de 2022 às 08:55, por: CdB

Rússia tem enfatizado por várias vezes a necessidade de Kiev cumprir os acordos de Minsk, criticando os países ocidentais, em particular a França e Alemanha, integrantes das negociações no formato da Normandia composto por Rússia, Ucrânia, Alemanha e França, pela inação e exortando Paris e Berlim a persuadir Kiev a cumprir os acordos.

Por Redação, com Sputnik - de Kiev

Dmitry Kuleba, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirmou que Kiev não se recusa a cumprir os acordos de Minsk sobre a resolução do conflito em Donbass, mas não vai cumpri-los nos termos da Rússia.

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Ucrânia não vai cumprir acordos de Minsk 'sob condições da Rússia', diz chanceler ucraniano

– A frase de que os acordos de Minsk devem ser cumpridos é como o Pai Nosso, é repetida por todos. A questão é outra: os acordos de Minsk serão cumpridos sob condições da Rússia, na interpretação russa, ou serão cumpridos tais como eles são (na realidade), sem serem distorcidos pela Rússia? É por isso que dizemos que não vamos cumprir os acordos de Minsk sob condições da Rússia, mas isso não significa que não vamos cumprir os acordos de Minsk por princípio – disse Kuleba em um informe à imprensa transmitido on-line nesta quarta-feira.

Rússia tem enfatizado por várias vezes a necessidade de Kiev cumprir os acordos de Minsk, criticando os países ocidentais, em particular a França e Alemanha, integrantes das negociações no formato da Normandia composto por Rússia, Ucrânia, Alemanha e França, pela inação e exortando Paris e Berlim a persuadir Kiev a cumprir os acordos.

Agora, aparentemente os parceiros ocidentais, entendendo o perigo de uma nova escalada no sudeste da Ucrânia, começaram a trabalhar ativamente para encontrar uma solução para esta situação.

Assim, com o objetivo de encontrar possíveis soluções, na segunda-feira foi realizada em Moscou uma reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder francês Emmanuel Macron, que durou várias horas.

Durante a reunião, o presidente russo falou ao seu homólogo francês sobre a importância do cumprimento por Kiev do complexo das medidas.

Em coletiva de imprensa após as conversações, Putin recordou as palavras do presidente ucraniano Vladimir Zelensky, que disse que não gostava de nenhuma das cláusulas dos acordos de Minsk.

Ao comentar estas afirmações Putin disse: "Bem, quer goste ou não goste, aguente minha linda. É preciso cumprir".

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov explicou as palavras de Putin: "O presidente quis dizer que se um Estado assumiu um compromisso, então esse compromisso deve ser cumprido".

Após a reunião em Moscou, o presidente francês viajou para Kiev onde, segundo ele, recebeu garantias do presidente ucraniano de suas intenções de cumprir os acordos.

Anteriormente, o Estado-Maior da Ucrânia admitiu abertamente o uso de drones para realizar ataques militares na região de Donbass. Ou seja, o comando das Forças Armadas da Ucrânia já não hesita em reconhecer a sua violação grosseira dos acordos de Minsk.

A proibição do uso de drones por ambas as partes do conflito está no memorando assinado pela Ucrânia em 19 de setembro de 2014, que se tornou a base para os acordos de Minsk posteriores. E mais tarde, em julho de 2020, o presidente Zelensky reafirmou o compromisso de não usar drones na zona de conflito.

Acordos de Minsk

Vale ressaltar que os acordos de Minsk foram assinados em 2015 pela própria Ucrânia, além da Rússia, França e Alemanha. Mas as autoridades ucranianas rejeitam assumir seus compromissos.

Os acordos assinados em Minsk exigem a retirada de armas pesadas, a restauração do controle de Kiev sobre suas fronteiras, maior autonomia para Donetsk e Lugansk e a realização de eleições locais.

O conflito ucraniano começou no início de 2014, após a proclamação da independência pelas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, no leste do país. Em seguida, Kiev lançou uma operação militar para parar as forças independentistas após um golpe de Estado, em fevereiro desse ano, apoiado pelo Ocidente.

A guerra em Donbass levou à morte de até 13 mil pessoas, dezenas de milhares de feridos e mais de 2,5 milhões de deslocados dentro ou fora da Ucrânia.

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