A relação entre o petista e os militares ficou ainda mais desgastada após o Exército parecer tolerar a formação de acampamentos de apoiadores do golpe em frente aos quartéis, após a derrota de Bolsonaro.
Por Redação - de Brasília
Comandante do Exército, o general Tomás Paiva tem aberto um espaço cada vez maior na agenda da Força Armada na tentativa de debelar os focos ideologicamente comprometidos das tropas, em grande parte do quartéis. O militar tem percorrido o Brasil de Norte a Sul, nas últimas semanas, em uma rotina que tem se acentuado desde sua posse, em janeiro último.

Tomás Paiva, conforme apurou o colunista Igor Gadelha, do diário brasiliense ‘Metrópoles’, visitou ao longo dos últimos meses, unidades do Exército em ao menos 13 Estados, de acordo com dados do Comando Militar. As viagens do atual comandante do Exército abrangeram quartéis em todas as cinco regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Golpe em marcha
O percurso de Tomás Paiva é percebido por integrantes do Alto Comando do Exército como uma tentativa do general de reduzir a tensão política que se instalou nos quartéis desde as eleições de 2022. Uma grande parcela dos militares demonstrava uma clara preferência política por Jair Bolsonaro (PL) e uma resistência a Lula, que venceu as eleições e conseguiu deter o golpe de Estado em marcha no último dia 8 de Janeiro, sobre a Capital Federal e os Três Poderes.
A relação entre o petista e os militares ficou ainda mais desgastada após o Exército parecer tolerar a formação de acampamentos de apoiadores do golpe em frente aos quartéis, após a derrota de Bolsonaro. A situação piorou definitivamente em 8 de Janeiro, quando milhares de pessoas invadiram as sedes do Executivo, da Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal (STF), em meio a alegações de que os militares hesitaram em conter os golpistas.