Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2025

Territórios ucranianos anexados são inegociáveis, diz Rússia

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Quinta, 27 de Fevereiro de 2025 às 11:07, por: CdB

A Rússia anexou a Península da Crimeia em 2014 e, depois de ter invadido a Ucrânia há três anos, as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, embora não controle a totalidade desses quatro territórios.

Por Redação, com Lusa e Reuters – de Moscou

A Rússia reafirmou nesta quinta-feira que a anexação dos territórios ucranianos é inegociável, apesar de não reconhecida pela Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional, no momento em que se intensificam esforços para resolver o conflito.

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Declaração é dada durante ampliação de esforços para resolver conflito

– Os territórios que se tornaram súbditos da Federação Russa estão consagrados na Constituição do nosso país, são parte integrante dele – disse o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.

A Rússia anexou a Península da Crimeia em 2014 e, depois de ter invadido a Ucrânia há três anos, as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, embora não controle a totalidade desses quatro territórios.

– Isto é absolutamente indiscutível e inegociável – afirmou, após comentários do presidente norte-americano, Donald Trump, de que a Rússia terá de fazer concessões nas negociações de paz.

Na primeira reunião do seu gabinete, na quarta-feira, Trump disse que o presidente russo, Vladimir Putin, terá de fazer concessões durante as negociações.

Também garantiu que Washington vai ajudar Kiev a “recuperar o máximo [de território] possível”, embora tenha admitido que será complicado, segundo a agência espanhola.

Kremlin diz que diálogo com EUA deve avançar, mas ninguém espera soluções rápidas

O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que acredita que o diálogo com os Estados Unidos deve avançar desde que haja vontade política de ambos os lados e disposição para ouvir um ao outro, mas que ninguém espera soluções rápidas e fáceis.

O Kremlin fez os comentários no momento em que diplomatas russos e norte-americanos se reuniam em Istambul para conversações com o objetivo de resolver disputas de longa data sobre suas respectivas missões diplomáticas, no que é um primeiro teste de sua capacidade para redefinir relações mais amplas e trabalhar para acabar com o conflito na Ucrânia.

Falando a repórteres na quarta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que a Rússia teria que fazer “concessões” territoriais em futuras negociações com a Ucrânia, mas que Kiev “pode esquecer” a adesão à aliança da Otan.

– Faremos o melhor que pudermos para fazer o melhor acordo possível para ambos os lados – disse Trump. “Mas para a Ucrânia, vamos nos esforçar muito para fazer um bom acordo para que eles possam recuperar o máximo (de território) possível.”

Moscou afirma que quatro regiões ucranianas, Donetsk, Zaporizhzhia, Kherson e Luhansk, agora fazem parte da Rússia, embora não controle nenhuma delas totalmente. Kiev e muitos países ocidentais rejeitam as reivindicações da Rússia como ilegais.

Questionado sobre os comentários de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quinta-feira: “O que estamos vendo é que o próprio presidente Trump fala e está pronto para ouvir os outros.”

– Ninguém espera que as soluções venham fácil e rapidamente. O problema em questão é muito complexo e negligenciado. Mas com a vontade política dos dois países, com a disposição de ouvir e escutar um ao outro, acho que seremos capazes de passar por esse processo de trabalho – disse Peskov aos repórteres.

Ele afirmou que um tópico de possível cooperação entre a Rússia e os EUA seria o desenvolvimento conjunto de recursos naturais no Ártico, mas que ainda não houve conversas substanciais sobre isso.

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