Rio de Janeiro, 03 de Setembro de 2025

Rússia amplia ofensiva antes de encontro de Zelensky em Paris

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Quarta, 03 de Setembro de 2025 às 10:52, por: CdB

Nove das 24 regiões da Ucrânia foram atingidas nesse ataque em larga escala. Entre os feridos estão quatro ferroviários ucranianos, atingidos em Kirovogrado.

Por Redação, com RFI – de Kiev

A Rússia lançou um ataque massivo na noite de terça para quarta-feira, utilizando 526 drones e mísseis, com foco principal no oeste da Ucrânia. A ofensiva deixou vários feridos e milhares de casas sem energia. Explosões foram ouvidas na capital, Kiev. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu o reconhecimento internacional das regiões ucranianas anexadas.

Rússia amplia ofensiva antes de encontro de Zelensky em Paris | Moscou intensifica ataques às vésperas de reunião europeia
Moscou intensifica ataques às vésperas de reunião europeia

Nove das 24 regiões da Ucrânia foram atingidas nesse ataque em larga escala. Entre os feridos estão quatro ferroviários ucranianos, atingidos em Kirovogrado (centro da Ucrânia). A ofensiva causou danos consideráveis à infraestrutura já crítica do país, incluindo cidades na parte ocidental, como Lviv e Volínia.

Na região de Chernihiv (norte), 30 mil pessoas ficaram sem energia elétrica após um bombardeio à infraestrutura civil, segundo informou o chefe da administração regional, Vyacheslav Tchaus.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou a impunidade demonstrada pelo presidente russo, Vladimir Putin.

– Estes ataques são claramente uma demonstração russa. Putin está demonstrando sua impunidade. E isso, sem dúvida, exige uma resposta do mundo – afirmou Zelensky.

Antes de se reunir, ainda hoje, com autoridades dos países bálticos e nórdicos, na Dinamarca, Zelensky pediu a seus aliados que pressionem a economia de guerra de Moscou.

“Os chefes de Estado e de governo discutirão como os países nórdicos e bálticos podem fornecer apoio adicional à Ucrânia, seja na linha de frente ou na mesa de negociações”, afirmou o gabinete da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

Nesta quinta-feira, Volodymyr Zelensky deve participar de uma reunião com líderes europeus em Paris. O encontro ocorre num momento em que os esforços de Washington para pôr fim à invasão russa na Ucrânia parecem estagnados.

Anexação de territórios

Em entrevista publicada no site do Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta quarta-feira, o chanceler Sergei Lavrov indicou o desejo de que Kiev ceda as quatro regiões ucranianas que Moscou afirma ter anexado desde setembro de 2022. “Para que a paz seja duradoura, as novas realidades territoriais que emergiram (…) devem ser reconhecidas e formalizadas de acordo com o direito internacional”, afirmou.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiga, reagiu rapidamente, denunciando “uma nova série de velhos ultimatos”. Segundo ele, “a Rússia não mudou seus objetivos brutais e não demonstra disposição para negociações significativas”, conforme declarou nas redes sociais. “Isso prova que o apetite do agressor só aumenta quando não é submetido à pressão e à força. É hora de atingir a máquina de guerra russa com novas sanções severas”, completou Sybiga.

Essa escalada militar ocorreu enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, estava em Pequim, onde assistiu ao desfile das comemorações pelo 80º aniversário da vitória sobre o Japão e do fim da Segunda Guerra Mundial. Na Praça da Paz Celestial, Putin sentou-se ao lado de vários líderes estrangeiros, incluindo o norte-coreano Kim Jong-un — em uma demonstração de força militar e diplomática exibida ao mundo.

A ofensiva russa também acontece enquanto o secretário de Defesa britânico, John Healey, visita Kiev.

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