Jovem de 13 anos com leucemia considerada "incurável" recebeu células T de doador saudável modificadas geneticamente, segundo hospital de Londres. De acordo com a unidade, Alyssa foi diagnosticada com a doença em 2021.
Por Redação, com DW - de Londres
Uma paciente britânica de 13 anos com leucemia entrou em remissão da doença após receber um tratamento pioneiro, informou no domingo o Great Ormond Street Hospital for Children (GOSH) de Londres.
O hospital divulgou um vídeo contando a história da adolescente, identificada como Alyssa, e a sua batalha contra a leucemia linfoblástica aguda de células T, uma forma agressiva de câncer de sangue.
A batalha de Alyssa contra o câncer "incurável"
De acordo com o hospital, Alyssa foi diagnosticada com a doença em 2021 e recebeu todas as terapias convencionais atuais, incluindo quimioterapia e um transplante de medula óssea.
Nenhum dos tratamentos funcionou e não havia outros disponíveis sob os protocolos convencionais.
Alyssa tornou-se então o primeiro paciente a participar de um ensaio clínico em maio deste ano para receber células imunes "geneticamente modificadas" de um doador saudável.
Após 28 dias, Alyssa estava em remissão e recebeu um segundo transplante de medula óssea para ajudar a restaurar seu sistema imunológico, disse o hospital.
Sem este tratamento experimental, a única opção da Alyssa seria o tratamento paliativo, de acordo com o hospital.
Robert Chiesa, um consultor do GOSH, disse que embora a reviravolta do seu estado de saúde era "bastante notável", os resultados ainda precisavam ser monitorados e confirmados nos próximos meses.
Como é o tratamento
As equipes médicas do hospital usaram uma técnica de edição de genoma chamada base-editing, método que modifica partes do código DNA das células T de um doador saudável. As células T são glóbulos brancos e parte crítica do sistema imunológico.
As células T editadas são então aplicadas no paciente, que em seguida atacam e destroem as células T cancerígenas do corpo, sem se destruírem umas às outras.
– É nossa engenharia celular mais sofisticada até agora e abre caminho para outros novos tratamentos e, em última instância, para melhores futuros para as crianças doentes – disse Waseem Qasim, professor de terapia celular e genética da GOSH.
O caso foi apresentado neste final de semana na reunião anual da Sociedade Americana de Hematologia.
O hospital informou que Alyssa foi a primeira paciente no mundo a receber essa terapia celular e que estava em casa se recuperando de seu tratamento.
– Depois que eu fizer isso, as pessoas saberão o que precisam fazer, de uma forma ou de outra, então fazer isso ajudará as pessoas – disse Alyssa.
Os médicos agora procuram outros dez pacientes que também esgotaram as opções de tratamento disponíveis, e esperam que essa terapia possa ser oferecida mais rapidamente às crianças e se tornar uma opção para tratar também outros tipos de leucemia.
O hospital disse que o estudo só aceitaria pacientes elegíveis pelo NHS, o serviço público de saúde do Reino Unido.