Rio de Janeiro, 12 de Junho de 2025

STF e TCU ampliam chances de ex-presidente ser declarado inelegível

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Quinta, 16 de Fevereiro de 2023 às 13:45, por: CdB

No caso de abuso infantil, Fux determinou o envio da ação para outra instância da Justiça pelo fato de que Bolsonaro perdeu o foro privilegiado, em razão do fim do mandato como presidente da República.


Por Redação - de Brasília

Os nós que levam à possível inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a ser apertados. A Justiça Eleitoral do Distrito Federal recebeu do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, o pedido da Polícia Federal (PF) sobre a abertura de inquérito contra o ex-mandatário por suposto uso indevido de imagens de crianças e adolescentes em campanha política e em situações que incitariam o uso de armas. O processo se segue à apuração, por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), dos gastos realizados por Bolsonaro no Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), mais conhecido como cartão corporativo.

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Bolsonaro reuniu seus guarda-costas para um passeio de moto, em Brasília, e mandou a conta para os brasileiros


No caso de abuso infantil, Fux determinou o envio da ação para outra instância da Justiça pelo fato de que Bolsonaro perdeu o foro privilegiado, em razão do fim do mandato como presidente da República. O processo também abrange a declaração de conteúdo sexual que “pintou um clima” com meninas, menores de idade, em um de seus passeios públicos.

Desta forma, como o processo não está em fase de julgamento, o STF deixa de ser a instância competente para analisar o caso sobre Bolsonaro e o uso de imagem de crianças. “Considerado o fim do mandato presidencial do suposto ofensor, resta afastada a hipótese constitucional de competência originária desta Corte”, diz o ministro.

Motociatas


A decisão unânime publicada nesta manhã pelo TCU, por sua vez, determina a instauração de uma apuração sobre os gastos cometidos pelo ex-presidente nas manifestações políticas. A partir do pedido feito pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados, a Unidade de Auditoria Especializada em Governança e Inovação, vinculada ao TCU, passará a fiscalizar os gastos na esfera da Secretaria-Geral da Presidência da República, gabinete pessoal do presidente e Gabinete de Segurança Institucional. A atuação do Banco do Brasil também será investigada, uma vez que é responsável por operar as transações.

A investigação recairá sobre os gastos executados entre agosto e outubro do ano passado, período eleitoral, uma vez que houve um "aumento expressivo" dos gastos nesta época. Até 8 de novembro do ano passado, pouco depois do período eleitoral, os gastos da Presidência com despesas sigilosas do cartão chegavam a R$ 22.751.636,53, segundo levantamento do UOL.

Dentro deste período, somente entre agosto e outubro, os gastos somaram R$ 9.188.642,20, o que equivale a R$ 3.062.880,73 por mês. Este montante representa um aumento de 108% se comparado à média mensal de gastos em 2021: R$ 1.574.509,64.

Vacinação


A Controladoria-Geral da União (CGU) também decidiu derrubar o sigilo imposto ao cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme alardeou durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirma não ter se vacinado contra a covid-19.

Agora, o conteúdo da carteirinha de vacinação deve ser liberado até o fim da semana e repassado para aqueles que fizeram um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) ao Ministério da Saúde.

"Há uma discussão quando se está diante de uma política pública de vacinação no meio de uma pandemia. As pessoas eram estimuladas ou desestimuladas a se vacinarem e isso gerava impacto no índice de contaminação, nas mortes. Em uma situação como essa, será que há interesse público numa carteira de vacinação de uma autoridade pública? A discussão é legítima e a decisão vai ser tomada pela área técnica da CGU", resumiu o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho.

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