“Setores da PF ligados ao Moro parecem que estão prevaricando em troca de cargo para ministro do STF. Faz parte das promessas de Bolsonaro para ele, mas nós imaginamos que o cargo de ministro do Supremo é pouco para Moro, que é muito novo. Ele quer ser presidente da República", afirmou Mandarino.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
A conclusão da Polícia Federal de que não há evidências de que o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) lavou dinheiro com transações imobiliárias é a prova de que setores da PF estão prevaricando, em interesse do ministro da Justiça, Sergio Moro. A afirmação é da advogada Tânia Mandarino, do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, em entrevista nesta terça-feira à Rádio Brasil Atual (RBA).
Flávio Bolsonaro é acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha
A advogada alerta que a conclusão da PF, que beneficia o filho de Jair Bolsonaro, pode ter sido uma troca de favores entre Moro e o presidente.
“Setores da PF ligados ao Moro parecem que estão prevaricando em troca de cargo para ministro do STF. Faz parte das promessas de Bolsonaro para ele, mas nós imaginamos que o cargo de ministro do Supremo é pouco para Moro, que é muito novo. Ele quer ser presidente da República e há negociatas feitas”, presumiu.
Polêmica
Na véspera, a Polícia Federal noticiou não haver indícios de que Flávio tenha cometido os crimes de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica no inquérito que mira as negociações de imóveis feitas pelo senador.
Tânia lembra que a Polícia Federal, que teve máxima autonomia nos governos do PT, agora perde a isenção na gestão Bolsonaro. Entretanto, ela lembra que essa mesma independência resultou num estado de exceção no órgão.
“Não é só a questão da autonomia da PF que preocupa, mas a autonomia dada ao Ministério Público também foi grande. Quando houve a votação da PEC 37, teve uma grande polêmica no Brasil”, lembra, ao citar o projeto legislativo que pretendia emendar a Constituição brasileira para incluir a apuração de investigações criminais como atividade privativa da polícia judiciária.