A reforma proposta pelo governo Macron tem provocado ondas de protestos pelo país. Ainda, greves de diversos setores. Entre eles, o de profissionais de limpeza urbana.
Por Redação, com Poder360 - Paris
O Senado da França aprovou na manhã desta quinta-feira a reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Emmanuel Macron. Foi a segunda e última rodada de votação na Casa. O placar ficou em 193 votos a favor, 114 contra e 38 abstenções.

Para virar lei, o texto ainda precisa do aval da Assembleia Nacional Francesa (equivalente à Câmara dos Deputados do Brasil), a sessão está marcada para as 15h, horário local (11h em Brasília).
Assim como no Senado, a reforma já havia passado por uma primeira rodada na Assembleia. Depois, foi analisada por uma comissão com sete integrantes de cada uma das duas Casas legislativas.
A comissão chegou a uma versão do texto (íntegra, em francês, 537 KB) que mantém um dos pontos mais controversos: a mudança da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos para a maioria dos trabalhadores. Os integrantes, porém, encontraram um meio-termo em outras questões, como a dos anos de contribuição mínima e medidas especiais para mães.
O projeto inicial foi apresentado em 10 de janeiro de 2023 pela primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, e foi aprovado pelo Conselho de Ministros em 23 de janeiro. A meta do governo é que o novo modelo comece a valer em setembro de 2023.
A reforma proposta pelo governo Macron tem provocado ondas de protestos pelo país. Ainda, greves de diversos setores. Entre eles, o de profissionais de limpeza urbana.
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A aprovação no Senado era dada como certa. Na Assembleia, entretanto, o resultado da votação permanece incerto. Conforme o jornal Le Figaro, Macron vai se reunir com líderes partidários para decidir se comparece à votação na Casa, alguns deputados da base governista disseram que vão votar contra a proposta, assim como outros da direita francesa.
A premiê do país também deve comparecer ao encontro. Na quarta-feira, ela felicitou os integrantes da comissão mista pela aprovação de um texto que agregue ideias de diversos campos políticos.
– Por meio desse compromisso, eles atendem ao pedido dos franceses de construir, juntos, soluções para o país – escreveu Borne em seu perfil no Twitter.