Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2025

Rússia mira WhatsApp por ‘ameaça à segurança’

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Sexta, 18 de Julho de 2025 às 11:06, por: Max Fabian

No mês passado, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei autorizando o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens apoiado pelo Estado.

Por Redação, com Reuters – de Moscou

O WhatsApp deve se preparar para deixar o mercado russo, disse na sexta-feira um parlamentar que regulamenta o setor de TI, alertando que o aplicativo de mensagens de propriedade da Meta provavelmente será colocado em uma lista de softwares restritos.

Rússia mira WhatsApp por ‘ameaça à segurança’ | Parlamentares russos dizem que WhatsApp é ‘ameaça à segurança’ e deve se preparar para deixar Rússia
Parlamentares russos dizem que WhatsApp é ‘ameaça à segurança’ e deve se preparar para deixar Rússia

No mês passado, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei autorizando o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens apoiado pelo Estado e integrado aos serviços do governo, à medida que a Rússia se esforça para reduzir sua dependência de plataformas como WhatsApp e Telegram.

Anton Gorelkin, vice-chefe do comitê de tecnologia da informação da câmara baixa do Parlamento, disse no Telegram que o aplicativo apoiado pelo Estado, MAX, pode ganhar participação de mercado se o WhatsApp — usado por 68% dos russos diariamente — sair.

– É hora de o WhatsApp se preparar para deixar o mercado russo – disse Gorelkin, acrescentando que a Meta é designada como uma organização extremista na Rússia.

As plataformas de mídia social Facebook e Instagram da empresa estão proibidas na Rússia desde 2022, quando Moscou enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia.

A Meta não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Parlamentares russos aprovaram esta semana emendas legais abrangentes, propondo multas de até 5 mil rublos (US$ 63) para qualquer pessoa que procure material online que o governo considere extremista — o que inclui não apenas empresas como Instagram e Facebook, mas também muitos políticos e ativistas da oposição.

A medida atraiu críticas, inclusive de alguns apoiadores do Kremlin, como Margarita Simonyan, uma executiva da mídia estatal que disse que os jornalistas não poderiam investigar as atividades de grupos de oposição, como o Fundo Anticorrupção do falecido oposicionista Alexei Navalny.

Ameaça à segurança nacional

Anton Nemkin disse que o destino do WhatsApp na Rússia estava sendo determinado.

– A presença de tal serviço no espaço digital da Rússia é, de fato, uma violação legal da segurança nacional – afirmou Nemkin, segundo à agência russa de notícias Tass.

Perguntado se o WhatsApp poderia deixar a Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que todos os serviços devem obedecer à lei russa.

Há muito tempo, a Rússia tem buscado estabelecer o que chama de soberania digital por meio da promoção de serviços desenvolvidos internamente.

Críticos expressaram preocupações de que o novo aplicativo de mensagens apoiado pelo Estado russo possa rastrear as atividades de seus usuários e sugeriram que a Rússia poderia diminuir a velocidade do WhatsApp para incentivar os downloads.

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