Comentando um artigo sobre conversações dos EUA com Kiev para incentivar as autoridades ucranianas a dialogar com a Rússia, o porta-voz presidencial Peskov disse não saber se isso era verdade, pois há relatos verídicos, mas, acima de tudo, há muita especulação.
Por Redação, com Sputnik - de Moscou/Roma
A Rússia permanece aberta a negociações com a Ucrânia, mas neste momento não há possibilidades de continuá-las, declarou nesta segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
– Temos repetidamente dito que a parte russa permanece aberta para alcançar seus objetivos das negociações, mas também temos repetidamente chamado atenção de todos para o fato de que no momento não vemos essa possibilidade, uma vez que foi codificado (na legislação) em Kiev, ou seja, em forma de uma lei, a não continuação de quaisquer negociações com o lado russo – observou Peskov aos jornalistas.
Conversações dos EUA
Comentando um artigo sobre conversações dos EUA com Kiev para incentivar as autoridades ucranianas a dialogar com a Rússia, o porta-voz presidencial Peskov disse não saber se isso era verdade, pois há relatos verídicos, mas, acima de tudo, há muita especulação.
Anteriormente, o jornal The Washington Post escreveu, citando pessoas familiarizadas com o assunto, que a administração Biden pediu para a liderança ucraniana mostrar abertura às negociações com a Rússia.
"Não sabemos se é verdade ou não, porque, vou repetir mais uma vez, há relatos verídicos, mas há mais notícias que são uma especulação absoluta ou pura mentira", ressaltou Peskov.
O porta-voz do presidente russo comentou as informações da mídia ocidental sobre as supostas conversações entre o conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Jake Sullivan, e o assessor do presidente russo, Yuri Ushakov, declarando que os jornais ocidentais publicam muito "fake news".
Manifestações na Itália colocam em xeque apoio do país à Ucrânia
Segundo a mídia italiana, protestos contra o envio de armas a Kiev colocaram em dúvida o futuro do apoio militar da Itália ao país. População vem exigindo mais foco do governo a questões internas, como a estagnação econômica e a crise de energia.
A mídia italiana colocou em dúvida, no domingo, o futuro do apoio militar da Itália a Kiev em seu conflito com a Rússia, um dia após dezenas de milhares de italianos saírem às ruas de Roma e Milão para protestar contra o envio de armas do país para a Ucrânia.
Nas manifestações do último sábado, pessoas seguravam faixas, cartazes e bandeiras pedindo paz e exigindo negociações e esforços diplomáticos para resolver a crise na Ucrânia.
A Itália é membro fundador da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia (UE), que lideram amplamente a ajuda financeira e militar à Ucrânia. Mas em meio à disparada dos preços da energia e à desaceleração econômica provocada pela crise, um número crescente de italianos passou a argumentar que as políticas atuais arriscam prolongar o conflito, enquanto desviam recursos que o governo deveria gastar internamente.
A mídia local disse que os manifestantes incluíam representantes de sindicatos, grupos estudantis e associações culturais. Na última sexta-feira, ministros das Relações Exteriores de países do G7 reiteraram sua promessa de continuar apoiando a Ucrânia. A nova primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni disse, na ocasião, que o apoio da Itália à Ucrânia permanecerá e que mais armas serão enviadas em breve.
De acordo com o jornal italiano Il Sole 24 Ore, os protestos lançaram uma nova luz sobre as diferenças entre as lideranças políticas italianas, com o ex-primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte - agora um membro da oposição ao governo - afirmando no domingo que não serão enviadas mais armas ao país, sem aprovação parlamentar.