Com uma ampla rede de túneis e abrigos subterrâneos, o complexo siderúrgico Azovstal se tornou o último reduto da resistência ucraniana em Mariupol, cidade estratégica que foi tomada pela Rússia após quase dois meses de cerco.
Por Redação, com ANSA - de Moscou
A Rússia anunciou nesta segunda-feira um cessar-fogo temporário para a evacuação de civis escondidos na siderúrgica Azovstal, último foco de resistência na cidade ucraniana de Mariupol.
Vista da siderúrgica Azovstal, em Mariupol
De acordo com o Ministério da Defesa russo, a partir das 14h (8h em Brasília), as tropas do país vão "interromper as hostilidades unilateralmente, retirar unidades para uma distância segura e garantir a saída" de civis.
Com uma ampla rede de túneis e abrigos subterrâneos, o complexo siderúrgico Azovstal se tornou o último reduto da resistência ucraniana em Mariupol, cidade estratégica que foi tomada pela Rússia após quase dois meses de cerco.
Além de militares e combatentes da milícia de extrema direita Batalhão de Azov, a indústria ainda abriga dezenas de civis que se esconderam em seus túneis após o início da invasão russa.
Bombardeios
– As crianças não conseguem dormir por causa dos bombardeios contínuos – disse uma mãe em um vídeo divulgado pelo Batalhão de Azov. "Não temos mais água nem comida. O que daremos de comer às crianças? E o que dizer do mundo todo? Vocês estão vendo como Mariupol está sendo assassinada?", reforçou outra mulher.
A Rússia já deu vários ultimatos para a rendição dos combatentes remanescentes na Azovstal, todos eles ignorados. A conquista de Mariupol é crucial para o objetivo de Moscou de estabelecer uma conexão terrestre entre a Crimeia anexada e os territórios rebeldes no Donbass.
A cidade tinha cerca de 450 mil habitantes antes da guerra, e as autoridades ucranianas estimam que mais de 20 mil pessoas tenham morrido durante o cerco russo.