Segundo a senadora, esta será uma das principais diferenças na condução da comissão de inquérito em relação ao colegiado que apurou os desmandos na condução da covid-19. Naquela ocasião, apenas um depoente foi preso.
Por Redação - de Brasília
A senadora maranhense Eliziane Gama (PSD) ameaçou com voz de prisão para qualquer depoente que mentir à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o golpe fracassado em 8 de Janeiro (8/1). A relatora promete um tratamento rigoroso aos envolvidos nos atos terroristas.

— Se tiver falso testemunho na CPI, pedido de prisão será feito. Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão. Eu, como relatora, não vou aceitar (alguém) achar que vem para a comissão tripudiar ou tentar manipular ou instrumentalizar o colegiado — afirmou a senadora, em entrevista neste domingo ao diário conservador carioca O Globo.
Segundo a senadora, esta será uma das principais diferenças na condução da comissão de inquérito em relação ao colegiado que apurou os desmandos na condução da covid-19. Naquela ocasião, apenas um depoente foi preso. Trata-se do ex-diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
Convocado
Naquela CPMI, contudo, outros convocados tiveram depoimentos com informações falsas ou incorretas. Tumultos também foram observados naquela ocasião. Ainda assim, mais nenhum depoente recebeu voz de prisão.
Na entrevista, a senadora também tornou a dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser convocado para prestar depoimento ao grupo. Ela disse, porém, que isto dependerá dos indícios que surgirem contra ele. Na conversa, Eliziane evitou antecipar conclusões contra o ex-capitão.
— Não posso dizer isso (que Bolsonaro foi mentor intelectual dos golpistas), é muito cedo. Mas o que foi a invasão na sede dos três Poderes? É uma invasão em Casas que representam a República brasileira. Subentendem que estava em curso claramente um ato golpista caracterizado pelo incentivo e pelo questionamento do processo eleitoral. Vamos apresentar nosso plano de trabalho, se a gente vir que há necessidade de chamarmos o ex-presidente, vamos chamar — concluiu.